terça-feira, outubro 07, 2008

FIM DOS TRILHOS


Obrigado a todos os que vistaram os Trilhos. Seguem-se outras ideias, projectos e actividades. Andarei por ai, num trilho qualquer, encontrar-nos-emos certamente. Até lá.

terça-feira, julho 29, 2008

ULTRAMARATONA ATLÂNTICA





E pronto, decidi acabar a época em beleza com o Melides - Tróia. Já me estavam "atravessados" estes 43km em areia desde o seu reatamento em 2005 ( depois das poucas edições do início da década de 90), finalmente lá vou eu!
Da preparação não tenho muito a dizer, depois do campeonato nacional das CA´s, parei uma semana para a habitual "engorda" ( que continua). A que passou fiz apenas 2 treinos, mas de 3hrs cada ( que plano de treinos mais louco)! Ontem fiz 2hrs em areia solta para testar as polainas que o Hébil me trouxe de Paris (F. Telha - Lagoa (margens)e regresso) e estão aprovadas! Hoje uma corrida com a Ângela a rolar, amanhã um fartlek, na sexta 30m para desentorpecer a pernas e acabou-se a "impreparação". Espero ainda assim acabar a "maratona das areias" portuguesa e ser mais um "REI DAS AREIAS" depois 43000mts sobre areia da praia em autoabastecimento e temperatura a rondar os 30º. Vai ser um belo desafio sem dúvida, mas eu gosto é deles!

Fotografias tiradas na edição de 2006

segunda-feira, julho 28, 2008

QUEM ARRISCA NÃO PETISCA (PARTE II)



Eu com o queixo "remendado" (depois da navegação "épica") com a malta a estudar a "cábula" para a última etapa do 1º dia

Após as acidentadas etapas do dia e depois de um período mais alargado de descanso ( fruto da anulação da etapa de canoagem), partimos para a última etapa do dia: BTT nocturno com 55km de distância máxima, 13 cps para 3h15m. Achamos que podia ser esta a oportunidade de recuperarmos ( já que a canoagem não o foi), a distância entre as equipas da Haglofs e Azóia Ciclomarca e chegar ao segundo lugar já que seria improvável alcançarmos o Clube de Praças que continuava em 1º com mais 7cps que nós. Separava-nos nesta altura um recuperável cp da 2º classificada e estávamos empatados com a terceira, classificação que nos daria o título de vencedores da Taça de Portugal de Corridas de Aventura.
O BTT é das nossas melhores especialidades e a etapa apesar de não nos correr da melhor maneira (fizemos 9 cps quando sem stress podias ter feito 10) colou-nos ao 2º classificado mas com menos tempo o que nos tornava os virtuais vencedores da referida taça. Chegamos nessa condição à meta já próximo da uma da manhã e recebemos uma retemperadora sopa, que longe de se comparar com às da minha Mãe,ainda assim soube divinalmente depois de tanto esforço. Seria agora hora de comer uma massa ( os tais hc que a malta queimou o dia todo), e dormir alguma horas pois o relógio anunciava o despertar para as 6h15 do dia seguinte com 1ª etapa pedestre a iniciar-se às 7H00.
A organização havia bonificado (mal) as equipas que se fizeram ao mar, com a diferença de tempo entre a entrada da etapa e o tempo limite para o fecho da mesma, não contabilizando o tempo passado no mar ( mais de 1h), nem as equipas que tinham conseguido chegar ao 2º cp ( e foram poucas). Com esta decisão fomos, “bonificados” com 30 m, ou seja entramos este tempo mais cedo na etapa do dia. Esta era uma etapa ( a 6º) com 31km de distância máxima 13cps mais 1 de chegada para um tempo limite de 3.15 ( mais o 30m).
Foi uma etapa dura mas na qual nos mantivemos num grande ritmo e sempre em bloco, mostrando que estamos uma equipa cada vez mais homogénea. Fizemos aquilo que seria normal fazer numa boa prova de aventura, aliar a estratégia com o melhor desempenho físico. No entanto esta parecia não ser a melhor forma de abordar esta competição na qual arriscar não era sinónimo de “petiscar”. Fizemos pontos distantes que nos exigiram um enorme esforço e deixamos pontos próximos da chegada que certamente nos aumentariam a contabilidade e poupariam esforços desnecessários. Um mau alinhamento das etapas, uma espécie de “zig-zag” pouco lógico para quem se habituou a fazer da sua grande capacidade de resistência ( aliada a uma boa navegação) a sua melhor arma. Fizemos 8 cps ( achamos que fizemos 9) quando as nossas directas adversárias, fizeram 9 sem moerem muito, estávamos agora novamente em 3º, mas algo esgotados da etapa e, digamos, também um pouco desiludidos.
Animamos na etapa seguinte, um BTT de 30km, 7+1 cps para 2h. Digo isto porque decidimos descomprimir sem levantar o pé do acelerador, o que foi bom para "relaxar". Apesar desta descontracção que nos ajudou mais psicologicamente que fisicamente não conseguimos passar para 2º, isto porque os Haglofs fizeram também 5 cps. Desta forma mantínhamos-nos até ao SCORE 100, última etapa da prova em 3º lugar, o que digamos para a quantidade de “azares” do dia anterior até nem era mau de todo ( digo azares, porque efectivamente o foram).
O SCORE 100 era constituído por um percurso urbano ( no Cadaval) no qual estavam em jogo 2 cps. Estes tinham cores diferentes e a estratégia era a de que cada elemento da equipa “picasse” uma só cor e desta forma a soma dos valores atribuída a cada baliza totalizasse no final 100 pontos. Podíamos ainda fazer os percursos em separado pois eram distribuídos 3 mapas ou ainda juntos caso quiséssemos. Optámos pela 1ª alternativa que nos pareceu ser a melhor isto apesar da pouca experiência minha e da Esmeralda, pois o percurso parecia ser relativamente fácil.
Não nos correu bem e rebentamos a etapa chegando já depois da hora do seu fecho. A inexplicável ansiedade e até nervosismo com que iniciamos este último segmento da prova, fez com que não tivesses a serenidade de definir a melhor estratégia que seria a de a termos feito em conjunto. No entanto a maior consequência deste estado de espírito foi a falta de concentração da equipa relativamente às horas de chegada, é que normalmente temos cábulas que nos auxiliam a dizer uns aos outros o tempo dispomos na etapa o que já “consumimos” e quais a actividades a realizar, desta vez, todos(!) nos esquecemos de “cabular”!
Foi-se o campeonato, a taça e o pódio, mas reforçamos a certeza que para o ano continuaremos a lutar por um lugar cimeiro nas corridas de aventura em Portugal. Uma maior experiência, melhores desempenhos e algumas disciplinas técnicas ( canoagem, cordas, orientação, outros), melhor preparação física e psicológica e reforço do espírito de equipa serão os grandes “trunfos”.
Aprende-se errando é certo ( e esta prova foi um bom exemplo disso), mas penso que a frase que melhor define esta competição aziaga para o CAB que não colocou à prova as suas maiores valias é a contrária da linguagem proverbial original: QUEM ARRISCA NÃO PETISCA, n melhor condição física da época foi que fizemos




O 1º momento da equipa CAB/ Terra Livre em Chaves. A época define-se para mim como: estou a fazer o que gosto com quem gosto e onde gosto!
Obrigado pelo companheirismo e espírito competitivo, beijos e abraços!

quinta-feira, julho 17, 2008

QUEM ARRISCA NÃO PETISCA – RAID DAS INVASÕES FRANCESAS – CAMP. NACIONAL DAS CA´S


Partida

Um Cp na paisagem

As primeiras viragens ( ainda o mar não tinha atingido o "pico" de fúria)

Eu a ouvir o Ricardo e a medir a altura das ondinhas

Ó Zé aperta o coletinho que te vais fazer ao mar

FOTOS: Maria Amador ATV




Prólogo

O tempo de intervalo entre a última prova da Taça na Serra da Freita e esta não foi o mais desejável para que se mantenha alguma “homogeneidade competitiva” nas equipas que participam nas CA´s, digo eu. Foram 3 meses de intervalo, nos quais o corpo e sobretudo a mente se esqueceram das exigências do que é preparar e participar numa prova desta natureza. Apesar disso, os treinos da equipa foram regulares e até melhorámos alguns desempenhos "mais técnicos" o que fez com que chegássemos à véspera da prova com acima de 1 milhar de quilómetros de corrida, caminhada, BTT e canoagem no corpo. Arriscaria até dizer, que para esta prova estávamos globalmente mais bem preparados do que em todas as que havíamos feito até então.
Partimos para o 1º Campeonato de Corridas de Aventura sob a égide da FPO em Torres Vedras, com a moral em alta e com o estatuto de “elegíveis” ao pódio, fruto da boa condição demonstrada nas provas anteriores que resultaram em vitórias nas duas últimas competições. A ajudar a soprar esta vela de confiança, tivemos ainda como presente uns bonitos equipamentos oferecidos pelo patrocinador e um tardio mas reconfortante jantar no Bombarral. Tudo corria às mil maravilhas, augurando-se para o dia seguinte um fantástico dia de aventura ( e foi-o sem dúvida) e sucesso competitivo. Secretariado, estender o saco-de-cama no pavilhão municipal de T. Vedras e sonhar ainda um pouco acordado com o desafio que se seguiria completou este dia.

1º dia

Preparar logo de manhã a bicicleta, os equipamentos e os abastecimentos são tarefas que requerem concentração. Temos de fazer uma antevisão do que vai ser a prova através do “raidbook” para que possamos ter o que vai ser necessário durante as etapas. Isto porque se seguirá um “carrossel” de cerca de 14hrs, nas quais os tempos de transição devem ser mínimos. Vestir, comer, hidratar, colocar materiais obrigatórios para cada etapa, lubrificar e ver o estado geral das bicicletas é decisivo para um bom resultado final. Nesta fase além dos atletas é fundamental o papel da assistência e nesta estávamos bem servidos com a experiente Ângela.
A 1ª etapa era uma pedestre circular e tinha como limite 3hrs, 12Cps (alguns A e B, sendo validados o conjunto) e 21km de distância máxima (feitos pela melhor opção). Após a partida, reparei que T. Vedras é circundada de montes e que a maioria dos Cps se situavam nas cotas mais altas, os restantes estavam dispersos na cidade. Mantivemos a equipa em bloco e a etapa correu-nos bem com 11 cps feitos que nos colocou no 2º lugar ( a super equipa dos Praças da Armada fez os 12). Partimos para o BTT ( 14 Cps+ 1 chegada, 50km melhor opção e 4.15 de limite) confiantes. Nada fazia prever que alguma desconcertação nos afectaria e que dai resultaria alguma ansiedade que se manteve durante toda esta etapa. Até o facto de não ter deixado o tempo suficiente o sportident numa estação que ainda não tinha sido “acordada”, fez com que nos fosse descontado um CP (devo ter sido o 1º a por o sporid e com a pressa de seguir nem ouvi a estação apitar). Fizemos 10Cps, quando seria natural termos feito muitos mais ( pela qualidade do navegador e boa condição física de todos) e passamos da 2ª posição para a 4ª.
Mais uma pedestre se seguiu ( 8+1 cps, 18kms para 2.45hrs) com pontos a picar em grutas e uma escalada com uma via grau 5 ( aqui só o António é que dá cartas) que acabava na praia de Porto Novo onde começaria a etapa de canoagem. Fizemos 6 Cps e recuperámos uma posição (3º) a um cp do 2º e a já sete do 1º que demonstrava ser claramente a equipa mais forte ( o seu 2º lugar na prova internacional do Estoril XPD diz tudo). Não foi uma boa etapa, mas também não foi má. Acusámos alguma “ressaca” da anterior e o capitão da equipa achou que iríamos recuperar na canoagem onde já demonstramos ser uma equipa forte. Até aqui, apesar das diferentes contrariedades o António, a Esmeralda e eu, estávamos bem fisicamente apesar de um pouco beliscados psicologicamente pela etapa de BTT, seguia-se portanto a etapa que julgávamos decisiva, a canoagem.
A nortada dos últimos dias no Barreiro durante os treinos para a prova, já tinha produzido os seus resultados num treino de canoagem no Tejo no qual tive de ser resgatado pela PM agarrado a uma bóia de sinalização com o Kayak a ameaçar desaparecer para sempre no traiçoeiro “mar da palha”. Juntou-se a esta história para “contar aos netos” uma outra, a de pela 1ª vez ter visto os “roazes corvineiros”( para quem não sabe são uma espécie de golfinhos que habitam os estuários do Tejo e Sado) no “meu” Tejo. Só os “avistara” na minha imaginação através daquilo que o meu pai me contara de que antigamente estes quase míticos seres passeavam no rio à vista dos homens antes da horrível poluição das últimas 4 décadas que destruíram a rica fauna desta zona do Tejo. Pertenciam pois os golfinhos aos meu sonhos de meninice, quando graças à nortada, ao naufrágio, às vistas de uma lancha da PM e ao olhar sagaz do meu irmão, estas fantasias se tornaram realidade, bendito dia!
Mas os bons ventos misturam-se alternadamente com os maus. Os da Praia da Aberta apesar de amenizarem o dia, sopravam demasiado fortes tornando o mar demasiado “enrugado” para o meu gosto e para uma eficaz circum navegação Esta etapa tinha 10Cps ( 4 duplos e 2 singles) e premiava os remadores que ao fazerem os CPs mais distantes a sul e a norte escusavam de fazer os intermédios. Dava também 1 Cp de bonificação às equipas que trocassem de elemento no retorno dos CP´s a sul. Fiz-me ao mar na companhia do António com muita convicção em melhorar a classificação, mas com pouca vocação para marinheiro de água salgada. As ondas eram enormes, a costa mal se avistava e o vento parecia aumentar de velocidade a cada “pagaiada”. Eu amaldiçoava com impropérios a canoa por não ter um encosto de costas decente, o que tornava a remada penosa, a meteorologia e a técnica que teimo em não aprender. Desta forma lá fomos progredindo no mar revolto até perto do 2º CP ( aprox. 7km a sul) a sul virando apenas uma vez ( digo apenas porque a grande maioria das equipas passou muito tempo a subir para a canoa), na qual o meu irmão diz que eu parecia um gato na água fria a tentar agarrar-se desesperadamente a um barco a 500mts da costa. Após esta peripécia, seguiu-se o aviso dos SAN de que a etapa teria sido anulada, as condições do mar não ofereciam segurança, "só agora?" repetimos em coro. De facto este aspecto deveria ter sido acautelado pela organização antes de algumas equipas entrarem na água, poupava-se algumas consequências que só não foram mais desastrosas ( apesar de resgates, ferimentos ligeiros e quase hipotermias) pela experiência da grande maioria deste pelotão de aventureiros. O vento estava agora ainda mais forte e as ondas, autênticas paredes de água que ameaçavam virar a nossa insubmersível casca de noz a todo o momento. Foi o que aconteceu na aproximação à praia e a cerca de 100 mts desta, fomos completamente engolidos por uma destas belas mas assustadoras expressões da natureza. Digo engolidos porque a última coisa que me lembro antes de mergulhar numa espécie de máquina de lavar, filme riscado, momento metafísico, sei lá, foi sentir a canoa a dobrar-se sobre mim com uma violência e rapidez incríveis como se uma boca de água nos fosse tragar. Quando emergi, depois dos tais momentos quase surreais nos quais me ocorreu debaixo de água ( sem basófia, digo com uma certa tranquilidade) a ideia de que este podia ser o último instante da minha existência, vi que estava já junto da praia e apesar de não ter pé não foi difícil alcançá-lo, mesmo levando incessantemente com as ondas em cima. Vi o meu irmão mais á frente a recolher os destroços do “naufrágio” e pensei, “porreiro safamo-nos desta, venha a próxima” . Pela ideia que tinha da nossa anterior posição tínhamos sido arrastados durante muitos metros. Eu, triatleta ironman, nadador de travessias de Tejo com corrente danadas que quase me levavam do padrão dos descobrimentos a Algés, canoista ocasional e afins marítimos, nunca me tinha visto em tal situação o que me levou a pensar e a simplificar esta ocasião: “ tens falta de treino meu”! Já em terra firme tento reconstruir o momento com o meu irmão que me diz que no momento da viragem lhe parecia estar a cair de um 2º andar comigo no RC/chão. Ele foi projectado (dai que tenha aparecido mais à frente) e eu levei com a parede de água e com o barco em cima. O resultado, foi um golpe fundo no queixo, dores no couro cabeludo e perder os meus óculos e o buff de estimação, mas o mais grave foi perdermos todos os hipotéticos Cps que podíamos ter conquistado, pois a anulação da prova não beneficiou os corajosos que se haviam feito ao mar, apenas os bonificaram com um tempo que não compensou o seu esforço e risco. Tínhamos portanto perdido a oportunidade de subirmos na classificação o que seria uma realidade se nos compensassem com os 4 Cps feitos, até à situação quase-trágico-marítima.

( continua)

sexta-feira, julho 11, 2008

RAID DAS INVASÕES FRANCESAS, 1º CAMP. NACIONAL DE CORRIDAS DE AVENTURA


É já amanhã que a Esmeralda Câmara o António Neves e o José Neves com a assistência de Ângela Cruz sobem ao palco no "Raid das Invasões Francesas", 1º Campeonato Nacional de Corridas de Aventura sobre a égide da Federação Portuguesa de Orientação, para dar um espectáculo que desejam ser memorável para as suas vidas e para a do Clube Aventura do Barreiro. Serão mais de 230km durante mais de 20hrs de esforço "non stop" em pedestre, BTT, cordas e canoagem na chamada "região do Oeste"cenário no passado de batalhas fratricidas . De forma bem mais pacifica ou seja desportiva, a equipa CAB/Terra Livre espera disputar concentrada, aguerrida e com o habitual "forte espírito de equipa" os títulos em disputa em mais um fantástico evento de aventura.

"Wish us luck"

Bom fim-de-semana.

Link da prova

sexta-feira, junho 27, 2008

AMANHÃ É DIA DE AVENTURA - RAID TRANSPENINSULAR





Não é fácil erguer uma prova desta natureza. Pela complexidade, pelo trabalho, pelos custos materiais que não tem estorno, pela família zangada que reclama as sucessivas ausências... Ah, mas compensa, se compensa! Pelo que se aprende e acima de tudo como se convíve!
Será uma bela jornada de aventura amanhã!

segunda-feira, junho 16, 2008

PRATICO DESPORTO LOGO EXISTO!



Dia 8 levantei a minha malta cedo e lá fui a todo o gás fazer mais um Triatlo do Ambiente. É a única modalidade que pratico para onde os consigo arrastar, ainda não percebi bem porquê mas suspeito que é porque o triatlo visto por quem assiste é um desporto que pela alternância de movimentos, cor e clima de festa proporciona um bonito espectáculo. Quem nele participa, este ambiente é vivido por dentro, apesar da perspectiva diferente as sensações são muito semelhantes, mas juntam-se outras, as de em cada braçada, pedalada e passada se renovar o prazer de viver, se revelar um significado de existir.
Prosa à parte, a minha mulher dizes-me sempre "porque é que não voltas a fazer triatlo?". "Apetece-me fazer outras coisas" respondo. É parte da verdade, a outra é que as provas curtas de triatlo que são a maioria no calendário nacional fazem-me andar numa intensidade de esforço que não treino, ou seja sinto-me ofegante a maior parte da prova o que me causa desconforto físico e psiquico. Depois porque a voltar a praticar triatlo, tinha de fazer alguns investimentos a começar pelo me fato "aquaman" com mais de 10 anos e uns "upgrades" na bina que também já está cota ( aliás como eu),resumindo: "no money, no tickets"! Depois... bem depois estou noutra e pronto, apesar do argumento familiar ser de peso!
Este a ano a natação do Triatlo de Oeiras foi um luxo quando comparada com a de anos anteriores, nomeadamente com a do ano passado. Como não nado com frequência, fui a "soprar balões" até a última bóia e só a partir daí é que me senti "confortável" ( julgo que a partir desse momento fazia um ironman com "tranquilidade"), mas ao sair do segmento passo por um atleta agachado junto à rebentação que ninguém auxiliava o que me fez voltar para trás e perguntar-lhe se estava bem e se queria ajuda, responde-me que sim porque tinha dado um jeito não costas e não conseguia levantar-se. Ajudado por uma companheira triatleta, levo-o para a praia e vejo dirigirem-se na nossa direcção dois polícias marítimos que levam o atleta presumo que para junto de uma equipa médica e recomeço a correr na direcção das escadas de acesso ao parque de tansição ao mesmo tempo que olho para o relógio e constato que perdera 2m com a boa acção do dia. Não o lamento claro, conheço o meu sentido autruísta nestas ocasiões, é automático! Entusiamo-me com os vivas dos espectadores nos quais estava a minha claque particular e penso feliz "está um belo dia para praticar triatlo".
O ciclismo foi sempre a puxar por um grupo que raramente se atreveu a fazer o mesmo. As vezes que alguém o fez, foi para travar o meu andamento, pelo que preferi ser eu sempre na frente sem draffting ainda a ouvir "calma, calma" dos meus companheiros. No final os " obrigado companheiro" souberam-me bem , mas fizeram-me considerar a melhoria da minha prestação na natação para que no futuro consiga apanhar grupos mais "triatléticos".
A corrida num percurso lindíssimo à beira mar foi feita num tempo razoável, isto apesar das minhas pernas acusarem uma espécie de séries feitas no dia anterior ( Penha de França - Terreiro do Paço em 12m25s para a apanhar o barco), completou mais um dia celebrando o triatlo ao cruzar a meta com a Mónica. Mais um dia memorável na boa companhia da Esmeralda e do Velez agora convertidos ao triatlo e das minhas raras mas bonitas espectadoras, Mónica e Né.

Dia 10 foi o dia do Raid do Espichel, desta vez celebrando outra bela modalidade que é a orientação. Atrasados como sempre ( eu e o campeão), partimos do castelo de Sesimbra para uma pedestre ao que se seguia uma etapa de BTT ( daí a designação de duatlo) com 25cps para "picar" num mapa de 1:25000. Eu, fraco orientista, mas em franca progressão ( tinha de dizer isto) com muitas peripécias pelo meio como um furo, avaria no travão traseiro que bloqueava a roda, isto já para não dizer que olho 100 vezes o mapa para confirmar detalhes, aquilo que um orientista mais experiente faz apenas uma vez o que me faz perder muito tempo entre cada Cp. Levei desta forma 7h11m para completar os mais 60km do percurso ( e não 90 como havia dito) equanto ao meu irmão bastaram 4hrs para se sagrar vencedor da prova. Usando a linguagem do furtebolês própria do momento, diria que o mano joga na 1ª divisão com acesso aos lugares na liga dos campeões e eu nos distritais a ver se consigo subir aos regionais, tenho muito para aprender portanto. Parabéns ao campeão!
Bonitas paisagens, mapa desafiante,uma importante lição de orientação e bom convívio foi o que o GDU Azóia proporcionou a todos os participantes, ou seja mais um dia para afirmar que: PRATICO DESPORTO LOGO EXISTO!

PS - Um ligeiro empeno e muito trabalho por turnos fizeram com que só voltasse a treinar ontem, segue-se uma semana a preparar o Raid Transpeninsular a 28 de Junho e o Campeonato Nacional das CA´s em Julho





sexta-feira, junho 06, 2008

O PROGRAMA DOS PRÓXIMOS DIAS...




Em 1996 recebi o "baptismo" no triatlo precisamente no ainda denominado "Triatlo do Ambiente", naquele tempo realizado na praia de Paço de Arcos, agora mais à frente na da Torre. Depois deste inesquecível momento da minha vida, segui-se uma fase mais "triatlética", em que a paixão por este desporto culminou com a minha participação no Ironman de Ibiza em 2001 também designado "Campeonato Ibérico de Distância Longa". Após esta data fui reduzindo a frequência às provas de triatlo transformando a anterior paixão numa actual ternura pela modalidade e por isso não deixo de tentar pelo menos uma vez por ano estar presente numa competição de triatlo, sobretudo na prova na qual me estreei há 12 anos atrás.

Os motivos para não estar tão atraído pela modalidade são vários e vão desde o calendário competitivo actual pouco diversificado em provas sobretudo as que vão além dos rápidos "super-sprints" e "spints", o que considero ser o fim da época do "triatlo romântico", ou seja, o fim do fantástico espírito de amizade e convívio que o caracterizavam há uns anitos atrás ( devo ser eu que com a idade estou a ficar mais nostálgico)e a minha nova ( em alguns casos renovada) atracção por outras modalidades, nomeadamente o BTT, a orientação, as Corridas de Aventura o Trail, isto já para não falar em outras coisas mais "platónicas" ( ah se ainda fosse a tempo de ser o surfista prateado! Ainda assim estou a aprender a patinar, para ser um "inlinner").
Dois dias depois das braçadas, pedaladas e passadas ( 750mts+20Km+5km), estarei ali para os lados de Sesimbra - Espichel a fazer um raid de orientação pedestre e BTT com a extensão aproximada de 90km ( 27km + 57km) com mapa militar de 1:25000. Fim-de-semana prolongado em cheio já se vê e um excelente treino para o Campeonato Nacional das CA lá para o meio do mês que vem!

http://www.federacao-triatlo.com/

http://oriazoia.no.sapo.pt/

segunda-feira, junho 02, 2008

PORTUGAL ESTORIL XPD RACE 2008



A malta do CAB/Terra Livre decidiu inscrever-se para este "empenus monumentalis" a realizar entre fins de Novembro e Dezembro deste ano. Serão 600km de canoagem, BTT, pedestre, cordas e outras actividades em mais de 90 horas non stop, 5 dias sempre a "bombar", ou seja, sem "cut off"!
Se sobreviver a isto, para o ano quero ir ao Ecomotion ou ao Bimbache!
Depois do "ironman" se tudo correr como o desejado, juntarei o titulo de ultraadventureraceman ( ufa que este é mais comprido, mas também é mais "aristocrático"!)
Ámen!

http://www.portugalxpdrace.com/estoril08/pt/index.php

quarta-feira, maio 28, 2008

UMA GLÓRIA MAIS AGRESTE III





Cartaz CAB - Autor: António Neves, atleta do CAB/Terra LIvre

Passado mais de um mês da realização do Serra da Freita Outdoor Challenge torna-se difícil sem que se cometa alguma imprecisão completar o relato desta aventura. As emoções conforme a intensidade como são vividas, facilmente perduram na memória, já o mesmo não se pode dizer dos pequenos detalhes, esses... "apagam-se" mais rapidamente. Vou tentar portanto ser o menos "impreciso" possível e ainda esforçar-me para fielmente transmitir aos que aqui vêm, todo o prazer que as corridas de aventura proporcionam aos que gostam de desafios e natureza, eu incluído, claro!
Fiquei-me pelo final de uma das pedestres mais duras até agora realizada numa etapa da Taça de Portugal das CA. Opinião partilhada por muitos para quem esta etapa havia sido das mais difíceis mas simultaneamente das mais belas que haviam feito. Seguia-se a derradeira etapa do dia, um BTT nocturno para 3h30 de tempo limite, 12cps, 45km distância máxima e 1700mts de desnível acumulado, empeno garantido portanto...
Quando se chega à noite depois de mais de 17hrs em prova o corpo diminuiu significativamente a sua reacção, precisa de descanso e sobretudo de "combustível". Para o primeiro nada a fazer, há que continuar, há que reagir e aí entra o papel da mente ( mente forte, corpo forte). O pior é que esta fazendo parte do sistema, está com o mesmo problema e debita mensagens ambíguas do tipo : " tens de continuar, estamos a fazer uma boa prova e podemos ganhar" e por outro lado "fica mais um bocadinho aqui no quentinho do parque de transição embrulhado nesta manta e passa pelas brasas que o céu pode esperar". Resolver isto não é nada fácil sobretudo quando se faz parte de uma equipa competitiva, se tem horror ao frio ( e neste momento da prova fazia muito) e se está com um prato delicioso de massa feito pela Ângela nas mãos. Oiço a voz grave e as palavras "bora, despacha-te!" e tardo a reagir à impaciência do nosso capitão( o tipo mais competitivo que conheço à face da terra e parte significativa do nosso sucesso como equipa). Calçar de novo os sapatos de ciclismo ainda molhados da etapa anterior é uma espécie de tortura, ainda por cima debaixo de chuva e temperatura que andará pouco acima do positivo num planalto a 1400mts de altitude. Mas, nada a fazer tinha mesmo de partir, estava a ficar atrasado.
As etapas nocturnas como disse são as mais difíceis pois é necessário um esforço de concentração elevado pelas razões evocadas mas também pela pouca visibilidade que constitui um obstáculo à navegação e um perigo quando se tem de rolar ( muitas vezes a abrir) em trilhos mais técnicos. Sabendo destas variáveis definiu-se a estratégia para a etapa que passava no imediato por fazer um CP duplo numa aldeia ( desculpem mas agora não recordo o nome) que ficava num daqueles habituais e fundos vales da Freita, ou seja, foram 7km a descer e os mesmos a subir numa inclinação próxima dos 10%. A Esmeralda lembrou-se aí de beber o café, parte também da estratégia, mas de vencer o cansaço. Um furo, algum desespero por não se ter feito melhores opções na etapa, um mutismo reinante na equipa e um facto quase surreal ao entrarmos numa aldeia à noite debaixo de uma copiosa chuva com os frontais a iluminarem dezenas de olhos brilhantes que depressa soubemos ser de cabras que tinham descido a montanha para se abrigarem no referido local, foram as marcas da etapa. Mas voltando às cabras, estas encontravam-se "penduradas" em tudo o que era pedra, muro ou soleira de porta. Um "quadro" como disse que parecia ultrapassar a realidade, completado por uma habitante que no meio da noite de janela aberta e constatando a nossa "desorientação" nas ruelas labirínticas e a dificuldade de encontrar o CP, se ofereceu gentilmente para " se quiserem eu digo-vos aonde está", isto debaixo de quase um dilúvio. Não foi preciso, a boa senhora não se mexeu, as cabras também não e nós lá encontramos o ponto e seguimos caminho rumo ao final da etapa. Posso dizer que adorei esta espécie de "interlúdio" aventureiro e desejei ter uma câmara de filmar para aí me iniciar nas artes cinéfilas, certamente fazendo algo quase "feliniano".
Fim da etapa e a constatação que afinal não nos tinha corrido nada mal. Um engano no retorno de carro ( desculpa Esmeralda). Seria necessário dormir, pôr a cabeça em ordem que pendia entre pensamentos que tinham ficado em casa e aqueles que experimentava durante a prova e tratar da forte inflamação nas vias respiratórias que me afectava há já alguns dias eram as prioridades. Um novo dia nasceria, mais três etapas por fazer e a manutenção da classificação cimeira que mantínhamos desde a 2ª etapa do dia era o desafio que se seguia, isto além de continuarmos a desfrutar de uma das mais belas, agrestes e únicas paisagens deste Portugal que muitos chamam profundo e eu "imaculado das muitas nódoas da sociedade pós industrial ( apesar de se notarem aqui e ali algumas)". ( continua).
e

sábado, maio 17, 2008

MUDAR DE VIDA





Irra, como me apetece...

Muda de Vida (!)

Muda de vida se tu não vives satisfeito
Muda de vida, estás sempre a tempo de mudar
Muda de vida, não deves viver contrafeito
Muda de vida, se a vida em ti a latejar

Ver-te sorrir eu nunca te vi
E a cantar, eu nunca te ouvi
Será te ti ou pensas que tens... que ser assim

Ver-te sorrir eu nunca te vi
E a cantar, eu nunca te ouvi
Será te ti ou pensas que tens... que ser assim

Olha que a vida não, não é nem deve ser
Como um castigo que tu terás que viver

Muda de vida se tu não vives satisfeito
Muda de vida, estás sempre a tempo de mudar
Muda de vida, não deves viver contrafeito


Original: António Variações

Cantado pelos "Humanos"

domingo, maio 04, 2008

UMA GLÓRIA MAIS AGRESTE II PARTE



Depois da pedestre com desnível acumulado de 1000 mts, seguía-se uma etapa de BTT mais "suave" que a primeira apesar dos 31km de distância máxima ( 850mts acumulado). Tinha também um ingrediente diferente, 2cps facultativos que deveriam ser feitos com mapa pedestre, ou seja, os participantes tinham de deixar as bicicletas num parque de transição onde lhes era distribuído um novo mapa, regressando depois para retomar o BTT. Estes 2cps eram na realidade 4 balizas, ou seja, só era contabilizado 1cp se a equipa fizesse um par de postos de controlo ( A1+A2 e/ou B1+B2). Abdicámos do 2º cp, pois chegámos à conclusão que estávamos a perder tempo que podia ser precioso para os cps que ainda podíamos controlar no BTT.
Percorremos nesta etapa o planalto da Freita com chuva, frio e raros momentos de sol num percurso de sobe e desce constante que alternava entre o estradão, o trilho pedregoso de montanha e as estradas alcatroadas que atravessavam algumas aldeias onde as casas eram construídas com enormes blocos de granito e/ou finas camadas de xisto de aparência tosca. Os habitantes destas trabalhavam nos campos em redor e acenavam a nossa passagem ou cumprimentavam-nos com um tradicional "ide com deus" ( sobretudo as mulheres). Cabras, ovelhas e vacas deambulavam sem pastores por perto compondo o cenário rústico que a primavera ajudava a colorir. Esta sucessão de imagens fez crescer em mim uma estranha sensação que vivia num anacronismo, tal era a impressão de que havia recuado inesperadamente no tempo. Não fossem as bicicletas e os nossos equipamentos modernos acordar-me para o presente, quase diria que era um viajante medieval.
Até aí tudo corria bem. O nosso capitão/navegador continuava em grande forma mantendo uma sábia estratégia sem erros e a equipa mantinha a força, o espírito de união e a moral elevada. Não sabíamos ainda qual a nossa posição na tabela classificativa, mas estávamos certos de estar a fazer uma boa prova apesar da contrariedade inicial Esta impressão ( fazer uma boa prova) passou a constatação aquando da transição para a pedestre seguinte. O nosso elemento da assistência disse-nos que estavámos em 1º, mas que as equipas que estavam nas posições seguintes nos "mordiam os calcanhares", ou seja tinham poucos cps de diferença.
A etapa que se seguia prometia ser uma das mais duras pedestres que já tínhamos feito na época, tinha "apenas" 16km, mas um acumulado de 1100mts. Começamos com um frio de rachar e chuva miudinha, o que digamos não foi lá muito agradável para quem já trazia o corpo gelado ( odeio o frio desde a tropa, pois por maldade obrigaram-me a suportá-lo até quase ao insuportável) . Contudo, com o passar dos quilómetros o tempo foi melhorando, a disposição também ( as más memórias também se esfumaram) o que nos permitiu saborear um fim de tarde com planos de serra fantásticos, alguns já meus conhecidos, como o trilho dos Incas e o Covêlo de Paivô e descobrir outros, como as minas de Regoufe e a aldeia histórica de Drave. Foi portanto uma dura mas lindíssima etapa na qual atravessamos rios agitados, ribeiras e lameiros, subimos e descemos montes cobertos de flores e aromas e percorremos aldeias, pontes, minas e ruínas cheias daquela história que pertence apenas aos homens e fica quase sempre por escrever( refiro-me aos que nunca são heróis, reis, ou pertencem a qualquer outra categoria que os "entroniza"). Num dado momento, pelas equipas que nos passaram pensamos que estávamos a perder o controlo da prova, mas não estava tudo bem e nas contas finais somámos mais cps do que as equipas concorrentes reforçando assim a nossa liderança. Nada estava ganho, seguía-se a etapa de BTT mais dura do dia ( 45km - 1700mts de acumulado). Dureza esta agravada pelo facto das condições climatéricas se tem agravado, o desgaste já ser muito e o lusco fusco anunciar uma noite escura que sobre nós iria inevitávelmente cair ( continua)

terça-feira, abril 29, 2008

SERRA DA FREITA - UMA GLÓRIA MAIS "AGRESTE" I parte



Um mês após a Glória de Odemira a próxima etapa era a Serra da Freita. Percebeu-se pela consulta às informações disponibilizadas pela organização que esta iria ser uma prova muito próxima à de Chaves- Montealegre, ou seja,com muito desnível.

A equipa não se preparou para este desafio com um treino específico para a altímetria anunciada pois o tempo entre uma e outra jornada de aventura era curto. Tinhamos por isso de recuperar da anterior e estar em forma para a seguinte. Recorremos como sempre ao nosso espaço de eleição, a Serra da Arrábida. Aí fizemos uns quantos trails, BTT e orientação que julgámos ser os treinos mais do que necessários, eu diria antes, os possíveis.
Não foi sem algum nervosismo que começamos a 1ª etapa de BTT na Freita. O estatuto de vencedores na prova anterior dava-nos uma responsabilidade acrescida. Sabíamos também que tínhamos fortes concorrentes. Uma destas equipas havia-se constituído para esta prova com elementos muito experientes em orientação e corridas de aventura. Seria portanto aquela que nos parecia estar em condições de disputar o lugar cimeiro do pódio connosco. Contudo, para aqueles mais habituados a estas andanças, sabem que aquilo que estou a dizer pode ser uma grosseira afirmação. Nas corridas de aventura não há favoritos à partida, grandes equipas vão do "céu" ao "inferno" em poucas horas. O que há de fantástico nesta modalidade ( se pudermos chamar assim) é que as variáveis e as imprevisibilidades são tantas que necessariamente impõem alguma modéstia aos que são reconhecidamente mais "competentes" para este tipo de aventuras.
Dizia eu que nos primeiros instantes da 1ª etapa de BTT parecia termos entrado com o pé esquerdo na prova. No meio de muitos atletas que iniciavam os 13km de subida contínua, acabamos por nos "desligar". Até nos juntarmos outra vez levou cerca de 20m. A densa mata e a trama de trilhos tardava o reencontro e nem os gritos e assobios pareciam resultar. O desespero finalmente deu lugar ao alivio e o "bora lá recuperar" foi o "soar do clarim" para atacar a Serra, sem recriminações, culpas, ou outros "engulhos" capazes de arrasar a moral da tropa, perdão da equipa.
Up, up, up até ao Parque do Merujal, os cerca de 25km de BTT com 1400mts de desnível acumulado, muita pedra mas fabulosas vistas de montanha estavam vencidos, seguia-se uma O-pedestre de 19km circular a passar por um dos mais belos locais da Freira, a frecha da Mizarela, uma queda de água de 70 mts, um postal que ilustra a beleza agreste e única do espaço.
Trilhos de montanha lindíssimos, descida ao vale do Caima, subida dolorosa entre uma vegetação cerrada que libertava perfumes através chuva que já caía copiosamente, muitos cps´s acumulados e um final de etapa a "queimar", foram as imagens que marcaram esta etapa.

segunda-feira, abril 28, 2008

MAIS "SENTIMENTO"




Há algum tempo uma visitante habitual deste blog e de mútua estima dizia-me qualquer como o facto deste espaço não ter o "sentimento" de outros projectos anteriores como o "deletado" "ohomemdamaratona", "está demasiado profissional", dizia. Fiquem sem resposta, ou melhor, de resposta ambígua do tipo, "concordo mas discordo". Eu justifico: concordo porque o "homem da maratona" ( blog que chegou às 8000 visitas), exprimia mais directamente as muitas faces da minha vida quotidiana, apesar da sua vocação "desportiva"; discordo, porque aqui o trilhos apesar de não ter a actualização do anterior, trás coisas novas, como o trail e o desporto aventura e está sempre em mutação ( "roda" ao gosto do autor pelas experiências que vai tendo). Mas para compensar a eventual falta de "sentimento", prometo duas coisas: a primeira postar mais neste espaço a segunda "ressuscitar" o meu outro blog ( que morreu como CAUSA ADVERSA e nasceu como AS VERDADES DA MENTIRA http://asverdadesdamentira.blogspot.com/), esse sim, mais "sentimental"... assim espero!
Quanto ao "trilhos", brevemente a crónica da vitória na Freita ( TPCA 4º etapa e 2ª vitória concessutiva) e o relato dos treinos para o campeonato nacional de corridas de aventura, o objectivo principal da época desportiva. Ah... e prometo também mais "sentimento".
Obrigado pelas visitas. Apesar dos poucos comentários ( se eu fosse uma "gaiata" disponível tinha muitos eu sei... marotos ;-), o "counter" ai em baixo já vai nas 4500 "estreitadelas".
Abraços e beijinhos.

sexta-feira, abril 18, 2008

CAB/TERRA LIVRE- REINOU NA MONTANHA



Corridas de Aventura

“CAB/TERRA LIVRE” REINOU NA MONTANHA

A equipa barreirense, vence pela segunda vez consecutiva na Taça de Portugal de Corridas de Aventura. O «1º Freita Outdoor Challenge”, realizado nos dias 12 e 13 de Abril na serra da Freita, foi a oportunidade para a equipa de Elite Mista do Clube Aventura do Barreiro demostrar o seu grande momento de forma.
O Mosteiro de Arouca assistiu ao tiro de partida para as trinta e uma equipas em competição. Pela frente tinham uma prova com 8700 metros de desnível acumulado e a abrir uma etapa com 25 km de BTT, em direcção ao planalto da serra da Freita. A equipa “CAB/Terra Livre” termina esta 1ª etapa na frente da classificação com uma vantagem tangencial sobre os adversários directos. A etapa seguinte, dominada pelo terreno pedregoso e pela Frecha da Mizarela, não impediu a equipa de impor um forte ritmo de corrida nos 19 km do percurso de “trail” (que incluiu um Rappel), destacando-se na frente da prova: «Apesar da vantagem não “levantámos o pé” e fomos sempre dilatando o avanço na frente da corrida», comentou o capitão da equipa. Quinze horas “no stop” e cinco etapas de orientação em BTT e pedestre, foi a “dose” do dia, que terminou pelas 23:30 horas em Janarde, junto ao rio Paiva. Para trás ficaram trilhos de grande beleza natural e aldeias remotas: Cabreiros, Candal, Covelo do Paivô, Regoufe, Drave, Pena, Covas do Monte, Covas do Rio...
A prova recomeçou às 8:00 de domingo em Vilar de Servos, perto de Alvarenga. Devido ao elevado caudal do rio Paiva, a etapa de canoagem de águas bravas foi substituída pela alternativa pedestre e, até à chegada a Arouca, o “CAB/Terra Livre” ainda aumentou a diferença pontual sobre os adversários, terminando em primeiro com 100 pontos em 21 horas 24 minutos e 21 segundos. Na segunda posição classificou-se a equipa “Greenland Adventure” com 87 pontos e em terceiro a “Estoril XPD Team” com 80.
Com esta classificação a equipa do Barreiro cimentou o 2º lugar no ranking da Taça de Portugal de Corridas de Aventura no escalão Elite Mista, estando em primeiro a equipa “A2z Hglöfs 1” e em terceiro a “ATV Mista”.
Em representação do Clube Aventura do Barreiro marcou também presença na serra da Freita a equipa “CAB/Raid Transpeninsular”, que terminou na 14ª posição no escalão Aventura, unida por forte espírito de companheirismo.
A próxima prova está marcada para Julho em Torres Vedras onde também se disputa o título de Campeão Nacional.

quarta-feira, abril 09, 2008

SERRA DA FREITA AÍ VOU EU!






Após o momento de Glória em Odemira, segue-se mais uma etapa da TPCA, desta vez na Serra da Freita. Para quem não conhece, este é um espaço natural de características únicas, onde predominam vales abrubtos, rios servagens, quedas de água e aldeias perdidas no tempo conservadas pela inacessibilidade do espaço e pelas tradições locais. Quem conhece, palavras para quê, é uma das mais belas paisagens portuguesas!

Depois de Odemira, segui-se um microciclo de treino, pois estava a pouco mais de 3 semanas de mais uma exigente etapa de aventura. Desta forma, a 1ª semana após Odemira correspondeu a um período de treino muito ligeiro de recuperação, a 2ª semana com os totais de 230km de bicicleta, 80km de corrida e 2 sessões de natação ( estas servem para recuperar), foi a semana mais intensa a 3ªsemana correspondeu a 180km BTT, 40 de corrida e 1 sessão de natação e esta semana apenas 1 sessão de corrida e outra de natação até hoje o que quer dizer que é a semana do "descanso".

Após leitura do raidbook da prova e informações metereologicas, esperam-se etapas com muito desnível em percurso de montanha e chuva com algum frio, ou seja, condimentos ideais para uma aventura nos limites. Eu com o CAB Terra Livre estaremos lá para ir além deles!

segunda-feira, abril 07, 2008

CRÓNICA DE UMA VITÓRIA OU ESTE DESPORTO NÃO É PARA NOVOS




Depois de mais esta prova da TPCA e inspirada na frase da minha camarada de aventuras e equipa a Esmeralda “ já viste Zé “nós” os cotas vamos ganhar isto”( claro que se referia a mim e ao António) cheguei a uma conclusão acerca das CA,s: ESTE DESPORTO NÃO É PARA NOVOS (para os irmãos Cohen, “O País não é para velhos”)! “Nós”, somos portanto o Clube Aventura do Barreiro vencedores na elite mista da última etapa da Taça de Portugal de Corridas de Aventura realizada em Odemira. “Nós” somos os apaixonados pela aventura que apoiados por uma grande equipa onde reina um forte espírito de camaradagem, dão o máximo para superar os inúmeros desafios que cada prova encerra. “Nós” somos aqueles que com a complacência dos nossos familiares saímos de casa para treinar às 6hrs da manhã, voltamos tarde e enlameados para o almoço e passamos fins-de-semana fora a deixar saudades em casa. “Nós” somos os que fazem milhares de quilómetros por ano para ir a “mais uma prova”, carregados com caixas de equipamentos e abastecimentos, os que não dormem, ou fazem-no algumas horas por noite num saco de cama num pavilhão apinhado de aventureiros que ressonam e/ou suspiram de ansiedade pelo que se vai passar no dia seguinte, os que cozinham ( quando temos tempo para isso) uma frugal “massa com cogumelos” em fogão de “camping”, comendo-a de cócoras ou sentados no chão a rir do “filme do dia”. “Nós” somos os tremem de frio, pois acabamos de sair de uma etapa de canoagem com -5º, ou porque a chuva nos ensopa a roupa e a alma” numa pedestre de 40km e ainda os que adormecem em cima da bicicleta porque já estamos em prova há 15hrs. "Nós" somos aqueles que se“atrelam” com as mãos, cordas, buffs e tudo o que há para "puxar" quando o rosto mas não a boca diz “ajuda-me que temos de acabar isto!”. “Nós” somos o Zé, a Esmeralda, o António, oNélson, a Carla, a Ângela, o Júlio, o Rui, a Sónia, a Joana, o Pedro, e perdoem-me os que ficaram esquecidos, somos o CAB, pronto!
O "Troféu Clube Brisa", decorreu na zona do “sudoeste alentejano”, num terreno com inúmeras e belas variáveis para a aventura. A prova foi bem delineada, a meu ver apelando mais à capacidade estratégica das equipas do à sua capacidade física ( se bem que a gestão física faça também parte da estratégia). Tomamos isso em conta apesar de termos abordado a 1º etapa com algum nervosismo. De facto o O.BTT não estava a correr muito bem e por isso decidimos não arriscar muito e partir para a 2º etapa de canoagem+ pedestre que se revelaria decisiva para a maioria das equipas em prova. Aqui, a Esmeralda e o António fizeram o 1º troço de canoagem até à localidade de Casa Branca, enquanto eu fazia a pedestre com 2 cps que felizmente me correram muito bem, apesar de no 13º cp me ter metido numa linha de água que era uma autêntica floresta de silvas, safou-me o facto de irmos “à molhada” e de um ter descoberto um caminho alternativo a meia encosta, senão corríamos o risco de sair dali em carne viva. A parte final desta etapa, decorria nas margens de lodo do mira, onde os meus sapatos passaram a pesar mais uns quilos, mas “ no way”, era mesmo por ali que tínhamos de ir. A troca com a Esmeralda na canoagem (manteve-se o António), foi pacífica (apesar de nos termos esquecido de um colete o que nos obrigou a fazer mais 1km). Fazia ela agora a pedestre e nós a parte mais difícil da canoagem, pois o mira sofre muito os efeitos de maré e estava a começar a vazar, o que significava que teríamos a um dado momento de remar contra a corrente. Foi o que fizemos, a partir sensivelmente do meio da etapa, esforço duro que nos valeu chegarmos antes do limite do tempo da etapa, apesar de termos perdido o cp de chegada. A mesma sorte não tiveram algumas equipas directamente nossas adversárias que perderam todos os cps amealhados ( canoagem+pedestre) e não puderam partir para a etapa seguinte.
No score 100 que se seguiu acalmamos ( até aí estávamos a meu ver um pouco “no ar”) e partimos para uma bonita etapa de BTT com “direito” a lindos “postais” alentejanos. Um dos quais, ver dezenas de leitões a correr em campo aberto, o que nos fez libertar uma boa (e necessária) gargalhada. Seguiu-se uma canoagem com natação na barragem de Santa Clara com a Esmeralda a fazer os 400mts de natação com rappel no paredão da barragem e eu e o António a fazer a canoagem ( estava a ver que nunca mais largava a pagaia). Finda esta, seria a vez de uma pedestre.
Até aí estávamos comedidos, ou seja a fazer uma gestão económica da prova. Chegávamos sempre dentro dos tempos limite de etapa sem pressas e com tempo de meter algum “combustível” (tudo o que fosse hidrato, se bem que os salgados já sabiam divinalmente). Sabíamos que em relação às outras equipas tínhamos uma ligeira margem (pois as nossas mais directas adversárias tinham rebentado na canoagem realizada no Mira), no entanto nada estava ganho. Para isso, arriscámos na pedestre nocturna ( que bela noite!). Digo “arriscámos”, mas para mim foi mais que isso. As minhas desculpas ao António, pois cheguei duvidar e a temer que rebentássemos ( “fantasma” das provas anteriores) quando vi que estávamos no limite ( do tempo e das forças). Felizmente o nosso capitão é o “ o mais sábio navegador de toda a região que vai de Trás- os- Montes até ao Cabo de Sagres” e encontramos a tempo o final da etapa e com um “tesouro” cps que serviriam para gerir confortavelmente a vantagem que tínhamos das outras equipas. Gestão que fizemos na etapa seguinte, onde pouco faltou para a Esmeralda adormecer em cima da bina e eu tornar-me perito em mímica, pois parece que tinha esquecido que afinal tenho voz. No pavilhão de Odemira, onde passámos a noite tivemos conhecimento do que já suspeitávamos: que estávamos em 1º lugar. Teríamos apenas de gerir a vantagem no dia seguinte e foi o que fizemos.
O dia amanheceu radioso ( parece o inicio de um romance, mas é o relato do final de uma aventura feliz) neste Alentejo que já se coloria de tons primaveris ( aqui chega mais cedo que nos resto do país). A etapa de BTT foi portanto feita com luz, cheiros e cores e “com tranquilidade” que até nos deu direito a um café e pastel de nata ( só para mim que sou apelidado do guloso cá do grupo). Os últimos cps foram picados junto à orla costeira e nas praias tal como os da pedestre final. Esta, a final, começava na Zabujeira e tinha um percurso quase na totalidade junto à costa até Odexeixe. Um percurso extremamente belo que me deixou muito feliz. Emoção que reconheço ampliada pela sensação de vitória numa tão dura modalidade desportiva e também pela satisfação por pertencer a uma equipa de “vencedores” nos quais me reconheço.
Somos uma equipa fantástica com uma média aproximada de 40 anos e uma “pica” do “caraças” o que me leva a repetir ESTE DESPORTO NÃO É PARA NOVOS.

PS- Depois de 2hrs a escrever isto, tenho de fazer alguma coisa. Erros, ou incongruências, digam-me que eu corrijo mais tarde. À parte disso, espero que gostem do relato ( apesar de um pouco tardio).

quarta-feira, março 26, 2008

NOTA DE IMPRENSA DO CLUBE AVENTURA DO BARREIRO

Clube Aventura do Barreiro vence em Odemira

Jornal Rostos

Barreiro Web


Elite Mista: 1º CAB/Terra Livre; 2º Team Greenland; 3º Haglöfs/SpiukA equipa CAB/Terra Livre, alcançou o lugar mais alto do pódio no “1º Troféu Aventura Clube Brisa”, disputado na região de Odemira e Sudoeste Alentejano nos dias 15 e 16 de Março, prova a contar para a Taça de Portugal de Corridas de Aventura (TPCA), sob a égide da Federação Portuguesa de Orientação.
Ao classificar-se em 1º lugar em Elite Mista, a formação constituída por Esmeralda Câmara, António Neves, José Neves e Nelson Picado (assistência), confirmou que é uma das equipas candidatas ao título nacional na modalidade.
O traçado muito técnico e a dimensão das etapas determinou, logo no primeiro dia, uma selecção das equipas mais fortes. A equipa barreirense soube gerir a sua mais valia na canoagem, cumprindo os cerca de 20 km no rio Mira sem penalizações, e aplicou-se no BTT por forma a terminar o primeiro dia de prova destacado na frente. No segundo dia, a etapa em BTT entre Odemira e Zambujeira do Mar e a pedestre até Odeceixe, foram cumpridas em ritmo controlado dada a vantagem alcançada na véspera. Chegada a Odeceixe
No total foram cumpridos cerca de duzentos e trinta quilómetros em vinte e três horas, dos quais 135 km em BTT, 70 km de corrida e 25 km de canoagem. Esta “ultra-maratona” teve, mais uma vez, palco nos cenários mais belos de Portugal.
A próxima etapa da TPCA vai decorrer nos dias 12 e 13 de Abril na Serra da Freita, com partida em Arouca. Toda a informação sobre a participação do CAB nesta modalidade pode ser seguida em http://clubeaventuradobarreiro.blogspot.com/ Partida Vila Nova de Mil Fontes

Elite Mista

Cl

Equipa

CP's

Tempo

CAB/Terra Livre5723:08:06
Team GreenLand Adventure4723:04:57
A2Z Haglöfs 14425:02:22
Exército 12726:25:02

Elite Masculina

Clube Praças da Armada7022:28:10
FreitaOutdoor.com6323:09:42
Clube MillenniumBCP26222:41:03
CAB/Raid Transpeninsular M

42

24:06:00
ATV M

40

22:37:53

Aventura

Instituto Geográfico do Exército6922:37:27
Exército 26922:50:37
grandEvasão6922:51:26
18º CAB/Raid Transpeninsular 3623:59:50
25º TEAMIBA

21

25:59:36

Classificações completas em http://www.torneiosbrisa.com/aventura/docs/TPCA_ODEMIRA08_RESULTADOS.pdf

segunda-feira, março 17, 2008

IDANHA RAID II PARTE - MAS ANTES...

É COMO DIZ O VELEZ "À TERCEIRA FOI DE FEZ", GANHAMOS!!!




Antes de finalizar o relato da aventura em Idanha, quero celebrar a 1ª vitória do CAB/ Terra Livre na Elite Mista ( equipa constituída pela Esmeralda Câmara o António Neves e eu) na 3ª etapa das TPCA (Taça de Portugal de Corridas de Aventura)- "Sudoeste Alentejano.Para breve o relato deste grande momento.

IDANHA RAID II PARTE


A equipa de Elite Mista do CAB, chegou no limite, após perfazer 14 CP´s, num inequívoco 3º lugar; a 1 CP da segunda classificada (Clube Millennium BCP5) e a 2 CP’s da primeira (A2Z Haglofs/Spiuk1).
Na etapa seguinte, canoagem na barragem de Idanha, a equipa C.M.BCP5 passou para 1º com o CAB a conservar o 3º lugar, mercê da vantagem de 1 CP sobre a 4ª classificada, o Clube Millennium BCP1.
A 3ª etapa, 77 km de BTT nocturno, apresentou um traçado muito estratégico dificultado pelo denso nevoeiro que se voltou a sentir. A nossa equipa, empenhada em atacar a classificação, imprimiu um forte andamento chegando a rebocar um pelotão constituído por 5 equipas. Com três horas de etapa forçámos a descolagem e, imprudentemente, tentámos controlar postos de controlo muito distantes. Pelas 22 horas tudo parecia estar sob controlo, quando um erro de navegação forçou-nos a “pastar” 1 hora e chegar a Monsanto pelas 24:34 h, 4 minutos após o limite e, consequentemente, perder os 10 CP´s obtidos na etapa.
Partindo para o segundo dia em 4º, e quando todas as equipas já acusavam grande desgaste, a nossa equipa não desmoralizou e ainda ganhou 5 CP´s à 2ª classificada e 2 CP´s à 3ª, mas sem alterar as posições, fruto da elevada penalização de 10 CP´s sofrida na véspera/em>
No final a classificação na Elite Mista ficou assim ordenada:

1º A2Z Haglofs/Spiuk1 54 CP’s
2º Clube Millennium BCP5 49 CP’s
3º Clube Millennium BCP1 46 CP’s
4º CAB/Estoril XPD 38 CP’s
5º Team Green Land 26 CP’s
6º Estoril XPD1 26 CP’s
7º Exército1 25 CP’s
8º ATV Mista 22 CP’s

No escalão Elite Masculina venceu o Clube Praças da Armada com 53 CP’s, e no escalão Aventura venceu a A2Z Haglofs/Spiuk2. Todas as classificações em http://idanharaid.no.sapo.pt/

António Neves - Clube Aventura do Barreiro http://clubeaventurabarreiro.blogspot.com

Pouco mais há a dizer, condimento com mais umas emoções:

Chegaríamos ao fim dos 77Km de BTT com o desalento a marcar-nos a expressões do rosto. Havíamos perdido os 10 Cp´s da etapa e para isso tínhamos trabalhado tanto… Completamente esgotados, recebemos um caldo verde com um sorriso das gentes da aldeia de Monsanto e um “madeiro” que ao arder nos ajudava a recuperar o corpo e o ânimo completamente enregelado. As horas de sono que se seguiram e o espírito de equipa fizeram o resto. No dia seguinte, quer no BTT, quer na pedestre, já estávamos novamente em competição, ou seja a dar o máximo.
Almoço, entrega de prémios e um regresso “à base” para preparar a próxima. Pelos vistos bem preparada, pois escrevo um dia depois de nos sagrarmos vencedores da 3ª etapa de TPCA. Como diz o Velez “ à terceira foi de vez” ( até rima)!

sexta-feira, março 07, 2008

O MEU NOVO BRINQUEDO



Continuando a contrariar o ditado que diz que “burro venho não aprende" eu resolvo ir aprendendo, mesmo aquilo que à partida a generalidade das pessoas diz ser " para crianças e jovens". Efectivamente não sou criança, nem jovem, não estou decrépito (e mesmo que o estivesse só se fosse de todo impossibilitado de o fazer, porque ainda assim tentava) e sou um acérrimo defensor da "aprendizagem ao longo da vida" ( está-se mesmo a ver eu aprender a andar de skate aos 70 anos...yooo).

Tudo isto a propósito de, correspondendo a um sonho antigo ( de criança e jovem) resolvi comprar um patins em linha e aprender a patinar ( ai ai ai). Objectivo: dentro de 3 meses estar a patinar e poder fazer etapas ou secções de patins em linha em corridas de aventura (não há prova internacional que não tenha uma). Objectivo ainda maior: ensinar a minha pequenota daqui a um ano a patinar!
Let´s roll now!!!

terça-feira, março 04, 2008

QUADRIATLO NA 1ª PESSOA




Não é fácil trabalhar com uma autêntica “fábrica de ideias” como é o meu irmão. E não o é, porque frequentemente a superprodução dá origem à acumulação de stocks de ideias por falta de “escoamento”. Boas ideias arrumadas na prateleira, é triste de se ver, especialmente para quem aprecia a criatividade. Os responsáveis disto não são os membros do clube, nem os amigos que frequentemente se empenham nas “linhas de montagem dos produtos das suas ideias”, os responsáveis talvez sejam … os que estão pouco habituados a que para além deles outros também tenham ideias. O que é chato nisto tudo, é que estes também têm o chamado “capital” (sobretudo o social e o simbólico), ou seja aquilo que é caro a todos os homens: o poder! É preciso lutar portanto para que a distribuição deste seja mais equitativa ( e não um poderzinho para ti, dois para mim).
Divagações sociológicas irónicas à parte, a ideia de fazer um quadriatlo já é antiga e “desenpoeirou-se” quando alguns membros do CAB empenhados em treinar para as corridas de aventura, mas também para um halftriatlhon quiseram fazer um treino mais competitivo que incluísse os vários ingredientes das duas modalidades. Desta forma surgiu o “Quadriatlo Terra Livre Aventura com 1.200mts de natação, 8km de canoagem, 68km de BTT e 10km de corrida. Tratou-se ainda de aprimorar o acontecimento com um almoço convívio, troca de presentes e prémios aos 1ºs classificados feminino e masculino e o dia tornou-se por direito próprio pertencente à galeria dos “inesquecíveis”.
Fazer os relatos na primeira pessoa, dá-me sempre um “gozo do caraças”. O contrário, é sempre para mim um “parto difícil”, pois a “coisa” tem de ter ares de notícia e francamente apesar de um dos meus sonhos de adolescente ser o de me tornar jornalista em adulto (projecto que resultou apenas em fazedor dos pasquins aqui de casa), confesso que acho que tenho mais jeito para os “géneros literários”, naturalmente para os mais “caseiros” diga-se.
Bem, então aqui vai o relato da minha participação no quadriatlo:
A preparação específica foi pouca, mas confesso que apesar das duas últimas semanas terem sido catastróficas por motivos de doença, tenho vindo a treinar “alguma coisa”. Nado pelo menos uma vez por semana, corro duas a três vezes, pedalo duas e de vez enquando aproveito a borla” num ginásio e vou lá tratar do caparro. Além disso, como e bebo “à vontade”, respiro e sorrio e lá me chateio de vez em quando. Perante este quadro faltava qualquer coisa para se ser quadriatleta: a canoagem. Apesar de não a treinar (confesso que por preguiça e porque normalmente fico meio empenado das costas) arrisquei confiando na minha experiência anterior e na actual boa condição física, não me enganei.
No dia D, lá estava eu com 11 “gandas malucos” que após o gong das 10hrs se lançaram à água da Lagoa de Albufeira. A ideia era atravessar a dita lagoa, contornar uma bandeira na outra margem, agarrar um puxo que estava junto à referida bandeira e nadar na direcção da “partida” e aí iniciar a canoagem. A natação como sempre para mim é o momento em que substituo a força da técnica pela técnica da força. Normalmente o resultado é que chego sempre ao fim com a sensação de que, apesar de ser um tosco, lá me aguento à “bomboca”. Cheguei em 3º ainda com a imagem do Pedro Roque a fazer a travessia de colete e a pensar que ele iria demorar uma eternidade a chegar à margem da partida, enganei-me, pois passados alguns minutos ei-lo a iniciar a canoagem, que técnica! Claro que a esta altura já eu ia embalado na cola dos estavam à minha frente: o Velez e o Reis. Durante os 8km fui olhando por cima do ombro na expectativa de quanto tempo aguentaria até ser ultrapassado pelos prós que seguiam atrás: o meu irmão e o Feijão. Mas tal não aconteceu e ainda consegui ultrapassar o Velez, isto apesar do desconforto e dormência das pernas, não há maneira de me habituar ao barco, chiça!
O BTT começou com estas 4 feras a partir a “loiça toda” nos primeiros quilómetros. Aguentei-me, afinal não estava nada mal! O pior foi quando começou a orientação ( vulgo desorientação). Os primeiros pontos ainda fui bem sucedido, mas a partir de Sesimbra, nicles! Aí o António e o Feijão apanhando-me “distraído” no controlo intermédio com um problema de corrente deram uma grande “sapatada”. Pensei que o mini pelotão iria ficar partido a partir daí, mas não, pois tiveram um rebate de consciência e reagruparam o grupo. Contudo, essa “boa vontade” não durou muito, no pinhal entre a Quinta do Peru e a Cotovia o andamento era de “TGV” e o Reis ficou para trás. Três “sobreviventes” chegaram portanto ao parque de transições para a disciplina final, a corrida, eu, o Velez o António e o Feijão. Mais uma vez distraí-me e estes dois últimos saíram a todo o gás do parque de transições ( a ratice fruto da experiência). Fiquei eu e o Velez que me disse estar a passar mal com as cãibras. Despedi-me dele na tentativa de alcançar os líderes, mas o esforço cedo se revelou em vão quando me deparei com a dificuldade do percurso, areia da praia dunas e até uma travessia por água a nado ( 5mts). Para mim um percurso fantástico, original, belíssimo, mas o cansaço já fazia das suas e além disso estavam na frente dois bons atletas… que também tinham partido à minha frente. A prova acabou, obtendo eu um honroso 3º lugar, o 1º foi do Feijão e o segundo do meu irmão. É claro que quando for com malta mais competitiva ainda, este pódio será apenas uma miragem.
A prova terminara para mim, mas não para a maioria. O Velez foi o 4º, o Reis o 5º o Ricardo o 6º e a Esmeralda a 7º (vencedora feminina). Os restantes ( Os Ruis, a Filomena, o Roque, a Ângela) sentiram que os 10km de corrida seriam um empeno que poria em risco as provas que se avizinham e portanto não fizeram a totalidade do percurso de corrida.
No convívio final o Roque ficou com o epíteto de “lambão”, pois foi surpreendido com uns bigodes de chocolate em resultado de um saboroso bolo “abandonado” á mercê dos gulosos cadastrados. Eu safei-me, fui mais discreto, usei um guardanapo.

Abaços a todos e obrigado pelo excelente dia que me proporcionaram.

QUADRIATLO TERRA LIVRE AVENTURA








E assim foi, num fantástico dia de sol, numa das mais belas paisagens da península de Setúbal e com a presença de mais de uma dezena de participantes nasceu em Portugal mais um desafio de aventura denominado “ Terra Livre Quadriatlo Aventura”.O Clube Aventura do Barreiro assumiu feliz a sua paternidade, mas a sua gestação teve diferentes ingredientes. O primeiro, foi o desejo antigo de promover a modalidade de Quadriatlo no nosso país, o segundo, a necessidade de envolver a maioria dos membros do clube num treino competitivo para a sua participação na Taça de Portugal de Corridas de Aventura, o terceiro, testar um modelo de prova mais formal e competitiva e o principal, o passar um domingo em saudável convívio celebrando a amizade e o prazer da prática desportiva em natureza.O Quadriatlo como modalidade tem a sua origem nas disciplinas do Triatlo ( natação, ciclismo e corrida) à qual se junta a disciplina de canoagem e começou a ser praticado, um pouco por todo o mundo durante os anos 80. Actualmente tem uma federação internacional (WQF) e diferentes campeonatos e circuitos nacionais e internacionais. As distâncias, tal como triatlo, podem variar entre as versões sprint e as ironman, sendo que ainda mais raramente pode ir até aos ultraman ( nos quais as distâncias são superiores a 3.8km natação, 12km canoagem, 180Km ciclismo e 42.125mts de corrida).A canoagem nesta modalidade aumenta o desafio físico e técnico e adquire maior efeito pela utilização consecutiva do plano de água, tornando desta forma a modalidade mais dinâmica, desafiante e espectacular. No “ Terra Livre Quadriatlo Aventura” a originalidade esteve nos percursos de ciclismo realizados em BTT em orientação simples (com mapa escala 1:30000), na corrida em versão trail na areia da praia ao longo das da Lagoa de Albufeira e no modelo totalmente “outdoor” da organização, ou seja, todo o evento decorreu ao ar livre, até o convívio final. Talvez por isso este recém- nascido quadriatlo tenha sido baptizado orgulhosamente como o nome de “aventura” e apelido de “Terra Livre”As boas ideias, dão origem a bons momentos, mas estes não acontecem sem boas pessoas e felizmente essas não faltaram no passado domingo. Dos já referidos atletas do CAB, aos ilustres convidados até aqueles que estiveram no controle de prova, confecção das refeições e reportagem fotográfica, todos sem excepção fizeram com que este dia se tornasse inesquecível de tão bem passado. Desta forma o desejo de alargar esta experiência a todos aqueles que queiram experimentar a modalidade e aceitar um novo desafio, tornou-se já uma convicção dos que estiveram presentes. Certamente que a diferença é que os futuros participantes serão enquadrados numa organização mais formal, com um regulamento de prova, prémios para os vencedores e de presença e outros aspectos inerentes a uma organização desportiva. Mantêm-se no entanto o espírito de salutar convívio e de aventura que presidiu esta edição experimental.Apesar do factor competitivo ser o menos importante desta edição, ele aconteceu como não podia deixar de ser. Estiveram para isso 12 atletas na partida que começou com um segmento de natação de 1200mts na já referida Lagoa de Albufeira. Esta disciplina ao finalizar seleccionou um grupo de 4 atletas que apesar de algumas trocas de posição na canoagem manteve-se unido iniciando assim o percurso de BTT de 68km entre a referida lagoa, Cabo Espichel, Sesimbra, Azeitão, Cotovia e novamente Lagoa de Albufeira. Mas se num trajecto maioritariamente constituído por trilhos alguns deles técnicos, com 11 postos de controlo a “descobrir” através de orientação com mapa, não foram aspectos suficientes para alterar o número de atletas que continuavam na frente, já o mesmo não se pode dizer das posições dos restantes. Estas sofreriam alterações profundas, pois além da condição física o factor “orientação” tornou-se muito importante neste segmento, especialmente para os que não haviam conseguído “boleia” dos mais aptos nesta disciplina. No controlo intermédio do ciclismo na localidade de Sesimbra constatou-se já existirem diferenças de 1h30 em relação aos primeiros, sendo que até ao final essa distância foi aumentando.Próximo da localidade da Cotovia foi a vez do do grupo da frente se fragmentar. O andamento forte imprimido, o cansaço e as consequentes cãibras, foram os motivos pelos quais um dos quatro elementos ficou para trás. Restavam 3 atletas para iniciarem simultaneamente a corrida de 10km que se seguía na Lagoa de Albufeira. A rápida transição, a melhor condição física, a experiência e a selectividade do percurso que obrigava a subir e a descer algumas dunas, atravessar um meandro da lagoa com água e a correr maioritariamente em areia estabeleceram as posições, sobretudo a do vencedor: Fernando Feijão, um experiente veterano praticante de muitas modalidades sobretudo, duatlo, triatlo e corridas de aventura. Nas senhoras a “nossa” ( atleta do CAB) Esmeralda Câmara venceu sem grande oposição, demonstrando a determinação com que já nos habituou e que sabemos ser característica indelével do seu carácter.Seguiu-se um tardio mas saboroso almoço à beira mar e uma animada troca de prémios e presentes.Para breve mais notícias acerca do evento oficial. Seguem-se as classificações e fotografias da prova.Fotos e classificações em:

domingo, fevereiro 17, 2008

II CAPE ESPIC - CAB

Numa organização desorganizada do CAB realizou-se pelo 2º ano consecutívo o CAPE ESPIC - 108km em BTT por diferentes trilhos, desde a cidade do Barreiro até ao Cabo Espichel e regresso à referida cidade da margem sul daquilo que se considera não ser um treino, nem um passeio, muito menos uma competição mas ser só aconselhado" aos que pratiquem regulamente treino de bicicleta".
Nesta II edição, o número de participantes duplicou mas a "desorganização" mantêve-se, isto é, não voltava a haver grandes paragens para reagrupamento dos mais atrasados ( salvo situações de avarias, furos ou acidentes) e quem tinha pernas chegava ao fim, quem não as tinha, devia saber ao certo qual era o caminho de regresso para casa. Apesar disso, as poucas paragens que se fizeram, a maior delas no Cabo Espichel para "meter o dente" numa bifana, permitiram que dos 32 participantes à partida 20 chegassem ao final e todos com o desejo de fazer já para o ano o III Cape Espic. A organização desorganizada promete ser ainda mais duro e desafiante que este ano!
De referir que das trés se senhoras à partida todas chegaram ao fim. Pudera, pois destas, uma tem esperiência internacional em provas de triatlo e as outras duas são assíduas participantes em corridas de aventura pelo CAB ( pois, pois...). Quanto aos "meninos": um infelizmente no hospital ( braço e pulso partidos)e a quem desejo rápidas melhoras, os outros: 17 "sobreviventes" e 12 sem "canetas" para acompanharem a ditas meninas ;-) e claro também os "prós cá do burgo". Para o ano tem a oportunidade de se "redimirem".

O vídeo foi feito pelo camarada Salvador, um bom ex. atleta de meio -fundo no presente convertido aos desafios BTT.

Para o ano espera-se mais do que já muitos apelidam como " a corrida mais louca em BTT na península de Setúbal"... bem, temos de lhe chamar alguma coisa, o que é que acham?!





domingo, fevereiro 10, 2008

RAID DE IDANHA - OTV

Eis a reportagem de Idanha. Aos 2m35s podem ver o CAB/ESTORIL XPD RACE/ELITE MISTA em acção a "picar" mais um CP ( check point.)

RAID DE IDANHA


P.S - Na impossibilidade de publicar o vídeo, publico o link ( Raid de Idanha - basta clicar).No mesmo vídeo, outras reportagens de orientação nomeadamente a do Ori-BTT de Sintra, prova na qual alguns dos elementos do CAB estiveram presentes em representação das "nossas mui honradas Lebres do Sado".

QUADRIATLO -TERRA LIVRE AVENTURA - CAB



Organizado pela primeira vez em Portugal esta edição 0 servirá para já que 20 aventureiros se divirtam a praticar esta modalidade num cenário espectacular. Para o ano o Clube Aventura do Barreiro para além do divertimento, espera mais participantes e competição. Estejam atentos:


Vai decorrer no dia 1 de Março de 2008 na Lagoa de Albufeira a edição experimental da prova "Terra Livre Quadriatlo Aventura". Este encontro irá realizar-se informalmente com as seguintes características:
- Prova individual 'no stop', circular (apenas um parque de transições);
- Distâncias: 1 km de natação, 8 km de canoagem, 60 km de BTT e 10 km de corrida;
- Material: cada participante deve possuir o seu próprio kayak, BTT, etc.
- Percurso: será divulgado previamente o mapa onde são assinalados os controlos de passagem e a opção mais rápida, sendo da responsabilidade do atleta o seu cumprimento, bem como regras de trânsito e de segurança (está previsto publicar uma proposta de road-book e o percurso para GPS);
- Abastecimentos: cada participante deve ser autónomo.
A participação está limitada a 20 atletas, dos quais 10 são convidados. Se está interessado em participar na ante estreia da modalidade em Portugal, deve contactar-nos para


clubeaventuradobarreiro@gmail.com

Brevemente mais informações!


Clube Aventura do Barreiro

segunda-feira, fevereiro 04, 2008

2º ETAPA DE CORRIDAS DE AVENTURA: IDANHA RAID – I parte



Foto: Eu (esq), António e Esmeralda a estudar a estratégia para a 2ª etapa.


A região da Beira-Baixa pertence na actualidade às regiões que sofrem dos designados “problemas da interioridade”: o envelhecimento da população, a baixa natalidade e o pouco emprego e a carência de determinados serviços públicos fundamentais. Não sei se é a minha visão de um suburbano à procura desesperadamente de raízes (elas de facto existem nesta região), se é o facto de tomar consciência que a dita “interioridade” começa aqui na margem sul do Tejo onde resido (e por isso “interioridade” por “interioridade”…), se a ideia de que para além da cidade tudo é idílico, o facto é que depois de dois dias de aventura em Idanha-a-Nova apeteceu-me ficar lá para sempre. Tudo é limpo, vasto, bonito e tranquilo e tem tudo o que um “bom selvagem” suburbano quer, como um hipermercado e uma estação de serviço, por exemplo (só falta mesmo a decat****). Bem, mas vou ao que interessa: o relato na 1ª pessoa da 2º prova do circuito da Taça de Portugal de Corridas de Aventura – Idanha Raid- organizado ( e muito bem) pela ADFA na qual mais uma vez estive presente na equipa do CAB/ESTORIL XPD RACE – elite mista.
Desta vez partimos e chegamos cedo a Idanha (esta “interioridade” de hoje é uma maravilha pela auto-estrada) de maneira que (ao contrário de outras ocasiões) tivemos tempo de abrir o saco-de-cama no “solo duro” do pavilhão municipal de Idanha e dormir uma “boa soneca”, o que diga-se antes de uma prova desta natureza na qual os atletas passam largos períodos sem dormir é de facto um “luxo” inigualável e um bálsamo para o “day after”. Neste o habitual frenesim próprio de mais uma jornada de aventura: as equipas de assistência e atletas ultimam equipamentos os abastecimentos a prova estava prestes a começar. O “raidbook” informava-nos que começaríamos com uma orientação urbana em Idanha que valia 1 CP por elemento caso completássemos um percurso com 4 balizas para um tempo total de etapa de 1h. Começou o nosso “capitão” António, que em 14m “despachou” o referido CP e de seguida eu que demorei sensivelmente o dobro ( pois… esta orientação não é famosa). Desta forma abdicámos do 3º CP que seria feito pela Esmeralda e partimos para a etapa seguinte, uma duríssima etapa pedestre de mais de 40km que valia 17 CPS +1 rappel + 1 de chegada para 5h30m.
A meteorologia condizia com Janeiro: frio, nevoeiro e um chão ensopado pelas chuvadas que haviam caído copiosamente durante a semana que passara. O terreno não era de progressão muito difícil, pois os declives não eram acentuados, mas estava “semeado” de calhaus escorregadios, silvas, linhas de água que tinham engrossado nos últimos dias e a juntar a isto e a outros pequenos pormenores, constantes vedações de arame farpado ( quando cheguei ao fim devo ter saltado dezenas que os arranhões nas mãos, pernas e rasgões no equipamento podiam comprovar). O mapa apesar de muito técnico estava há medida do nosso campeão em orientação, pois tudo nos estava a correr muito bem até próximo do final da etapa quando o cansaço e a fome nos começaram a “dominar” especialmente à Esmeralda. A dureza da etapa era uma “evidência” em muitas equipas, pois uma das imagens vivas que guardo, é a de próximo de um dos últimos CPS, reparar que muitos atletas já só marchavam “atrelados” aos colegas de equipa em melhores condições, o esgotamento era portanto total. Foi também desta forma, atrelados uns aos outros (num quadro fabuloso do nosso grande espírito de equipa), que acabamos a etapa a 58s do seu limite mas com uns “saborosos” 14 CPs contabilizados. Seguia-se uma etapa de canoagem+pedestre (…)

À VOLTA DO SANTIS ( PARTE I)

Como o planeado saí de Konstanz para passar uns dias com um amigo nos arredores do cantão suiço de Sankt Gallen. Não tinha...