quarta-feira, junho 17, 2009

Comentário nos fóruns PEA e FPO acerca do Camp. Nacional das CA´s

Companheiros de aventuras
Confesso que ando por aqui há relativamente pouco tempo. Contudo a minha experiência de praticante desportivo ao longo de alguns anos e em diferentes modalidades, dá-me algum espaço para me pronunciar acerca do que se passou no passado fim-de-semana mas também do que julgo passar-se actualmente nas corridas de aventura.
Começando pela prova do Gerês, o essencial já aqui foi dito pela maioria de vocês. Resumo numa palavra esta “espécie de corrida de aventura” – aldrabice! Não nos resultados que presumo terem sido produzidos por uma melhor interpretação da “marosca” por parte das equipas vencedoras, antes sim, na forma como todo o staff organizativo quis convencer pessoas que por aqui andam há muitos anos de que “aquilo” era uma corrida de aventura. Teria sido melhor ter posto de lado os mapas e usar meios de progressão de moto 4, jipe, burro e outras actividades que servem para entreter alguns grupos urbanos ávidos de “desporto radical” e assim provavelmente até vínhamos mais satisfeitos se bem que sem a nossa amada “corrida de aventura”.
Depois de uma brilhante demonstração de organização que foi a prova de Sesimbra ( não fui a Alcobaça, nem quero retirar mérito ao esforço das organizações que a antecederam), esperava que a derradeira e talvez a mais decisiva prova da época até pudesse melhorar relativamente a alguns aspectos menos conseguidos no campeonato do ano passado ( na qual faltou a meu ver uma estratégia que premiasse as equipas mais fortes física e tecnicamente, bem como a capacidade de antecipação das consequências de algumas etapas de risco como foi o caso da canoagem em S. Cruz). Mas não! Cedo se percebeu que alguma coisa “não estava bem”, a falta de actualização do site ( apesar de nos querer encher os olhos com a profusão de menus, estes nunca foram actualizados e ainda hoje nada tem), o reduzido numero de equipas, a escassez de “newsletters”, entre outras informações que íamos recolhendo aqui e ali e que nos deixavam cada vez mais de “pé atrás” . No entanto como apaixonados que somos lá partimos em direcção ao Gerês até para justificar junto dos nossos o sacrifício das inúmeras horas em que estão sem a nossa companhia a cuidar dos filhotes e/ou a jantar sozinhos, enquanto nós por vezes com inúmeras responsabilidades adiadas e “rotos” depois de um dia de trabalho vamos treinar até às tantas. Sabemos que esta contabilidade entre o prazer e a responsabilidade não tem fórmula que a explique, mas as paixões são mesmo assim, irracionais. Escusado será dizer o que se passou a partir de Ponte da Barca, a única coisa que digo é que nas provas que fiz com uma das pessoas mais experientes deste pelotão, nunca o vi tão desiludido e olhem que ele não quebra assim tão facilmente!
Responsabilidades? Muitas! Para mim sobretudo de quem avalizou esta prova para que integrasse o calendário nacional de Corridas de Aventura, já para não dizer, quem a tornou campeonato nacional e também de todos aqueles que ao aperceberem-se de que as coisas estavam menos bem não tiveram a coragem de interromper o processo, por amizade, conveniência e/ou talvez ( o que é grave) por laxismo.
Soluções? Devem ser debatidas em reunião com todos os interessados. Não sou apologista de “abandonar o barco” quando este parece estar a afundar, quem o abandona normalmente são os ratos, ou aqueles que depois querem aparecer como salvadores no meio dos destroços ( refiro-me aos que dizem “nunca mais cá apareço” e aos “apologistas da desgraça”- alheia). Os que gostam das Corridas de Aventura (às quais alguns velhos do Restelo teimam em não chamar de disciplina da “orientação” sendo que o que difere das restantes disciplinas são apenas os meios de progressão e por vezes a cartografia, de resto tem por base sólidos conhecimentos de orientação aprendidos ao longo dos anos em muitas provas do calendário FPO), devem constituir a tal “massa crítica” necessária á valorização de uma modalidade de enorme beleza e tão desafiadora dos limites e competências humanas como são as corridas de aventura.
Sem parecer presunçoso pela pouca experiência que tenho, avanço com o meu contributo:
Credibilização das organizações através da constituição de uma comissão avaliadora constituída por elementos da federação e outros com experiência e interesse demonstrado pela modalidade e/ou forte contributo para o desenvolvimento da mesma.
Apoios financeiros e técnicos à organização do Campeonato Nacional, sobretudo a clubes com sucessos organizativos anteriores.
Estabelecimento de protocolos com outras entidades para apoio à modalidade ( e ai podem estar as empresas).
Relativamente aos escalões, a maioria não sabe o trabalho que é constituir equipas mistas. Não proponho o seu fim, antes sim e se necessário, reformular-se o seu modelo participativo.
Quanto às inscrições, compreendo que se os mapas fossem mais acessíveis ( como? Perguntem à FPO, IGOE, etc), o preço destas podia baixar mais um pouco.
Convívios: não são umas bifanas e um caldo-verde que fazem o “rombo” no orçamento da prova.
Abraços.
José Neves
CAB - Clube Aventura do Barreiro

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