terça-feira, julho 31, 2012

VOLTA SALOIA


Tenho um vizinho que há uns meses topando as muitas bicicletas que tenho penduradas na varanda e com a confiança de filhos da mesma idade em comum a frequentar um programa de ocupação de tempos livres, chegou por perto e perguntou-me, " então o senhor é ciclista?! É que eu também dou umas voltas". Custa-me repetir sempre a mesma lenga lenga, tanto que não é o único que inquire, " então, tens andado de bina?", ou ainda quem mais "clinicamente" observa, "epá, essa barriga diz-me que tens faltado aos treinos..."A resposta é mais ou menos a mesma, apenas com ligeiras variações de estilo, até para não parecer que o meu notado sedentarismo é uma fatalidade, um caso sem remédio ou ainda um guião monótono. Para o meu vizinho disse-lhe que sim, que gosto de bicicletas desde pequenino e por isso conservo-as, que vou para o trabalho de vez em quando a pedalar, que já fiz umas coisas engraçadas na vida como Triatlos, Corridas de Aventura, travessias de BTT em caiaque e a nadar, maratonas e ultras de tudo um pouco ( até maratonas de má vida em tempos idos), etc e tal. Que outrora fui um assíduo adepto dos treinos diários e bi-diários, mas que neste momento e vão "prai" dois anos a "máquina emperrou". "Emperrou...assim como?", assim como...acordar e ter pouca vontade para fazer o que considerei até então "uma filosofia de vida", uma saudável rotina, um feliz estado de alma. "Então temos de dar uma volta para dar a volta a isso", disse brincalhão e deu-me o numero de telefone.
Sou um "bicho do mato", a preguiça teima em dormir comigo e por isso levei algum tempo a dar resposta ao simpático gesto. No sábado, talvez "motivado" pelas sucessivas "provocações" da minha filhota, " pai estás gordo mas eu gosto de ti na mesma", lá venci a indiferença, " o amigo Jorge, vai pedalar amanhã?!"
Lá fomos pela fresca, eu com a bicicleta de estrada quase sem uso vai para dois anos, ele com uma BTT adaptada ao alcatrão. A volta foi entre Belém e o cruzamento para o Cabo da Roca, 3h e pouco e 76km feitos, com direito a paragem para um café e um bolinho na Malveira da Serra.  "Entrementes" , uma Estrada Marginal sempre bonita e perigosa para as duas rodas, praias coloridas cheias de veraneantes, cheirinho a mar e férias. Um Guincho ventoso com a Serra de Sintra e o Cabo da Roca ao fundo, um postal eterno deste cantinho bonito cheio de pessoas feias. Trepar para depois descer com "vistas largas" até à Arrábida , sentir-me vivinho da silva na liberdade do pedalar. Que maravilha a "volta saloia"!



quinta-feira, julho 12, 2012

UM DIA NO PETER RABBIT

O meu irmão cumpriu um sonho de infância e eu ontem naveguei nele. Um dia bem passado no Peter Rabbit!

No "porto de abrigo"

 Barreiro à vista
O Marujo acidental

The Saylor Man

O Homem do leme

De "vento em popa"
The Captain

quinta-feira, julho 05, 2012

Um umbigo sobre rodas


Há falta de tempo e pachorra para treinos no "mato", tornei-me um especialista em deslocações de bicicleta na cidade, sobretudo no trajecto casa trabalho. Conheço pelo hábito todos os "pontos negros" do percurso que faço quase diariamente ( e não são poucos), mas muitas vezes sou surpreendido mais pelas minhas "improvisações" do que pela já conhecida má qualidade daquilo a que os nossos iluminados dirigentes do edil lisboeta teimam em chamar "ciclovia". Hoje de manhã, a rolar a bom ritmo para vencer o relógio que me dava como atrasado no "picar do ponto", salto da ciclovia para a estrada ali para os lados do Cais do Sodré e entre olhar a aproximação de um carro e alinhar-me com o alcatrão, não tirei bem as medidas ao lancil ( acho que os engenheiros da câmara também não) e "catrapimba", estatelo-me no chão! Felizmente sou experimentado nestas "quedas na máscara" ( como dizíamos na tropa quando nos tínhamos de atirar para o chão fosse aonde fosse) e saí pela frente da bicicleta. Resultado, protegi os flancos e as clavículas, mas não me livrei de moer as mãos ( sobretudo os dedos da mão esquerda)e os (já habituados) joelhos. Mas o que mais me surpreendeu veio a seguir: ainda a levantar-me do chão enquanto avaliava os "estragos", passa por mim um outro ciclista e pasme-se... não para, não pergunta se estou bem e preciso de alguma coisa, como ainda olha para o lado (só lhe faltou assobiar distraidamente). Indigno-me. Venho o resto do percurso a doer-me mais a alma que os dedos e o joelho. Não sou dado a generalizações, mas parece-me que o problema português não está na "dívida soberana" está antes num deficit de valores de entreajuda, de solidariedade, de respeito pelo próximo em suma de altruísmo. Preferimos as solidariedades espectáculo, um carneirísmo que não custa e até "fica bem" ( o saquinho do banco alimentar no supermercado, entre outros), mas somos incapazes de ajudar alguém "real" que precise ao nosso lado. Liguei o acontecimento hoje com as observações de ontem quando subia a baixa e depois a Av. da Liberdade também de bicicleta, o regresso da indigência às ruas de Lisboa. Nos anos 90,década que vivi de perto os dramas desta cidade e num período em que o dinheiro dos tais "fundos sociais europeus" ainda não tinham sido canalizados para as instituições de solidariedade e apoio social ( antes para os bolsos de alguns oportunistas) a quantidade de pessoas em situação de miséria absoluta, de abandono, de vulnerabilidade social era enorme, aspecto que fui constatando ter melhorado significativamente com o passar dos anos. Mas mais recentemente o problema parece ter voltado e em força. No que parece ser mais uma das consequências da actual "crise" da economia ( e é-o de facto) eu problematizo com o que me parece ser também uma crise de um fundamental "sentido colectivo solidário" ( usando termos do senso comum). Estimulado o "individualismo competitivo" que tanto alimentou a livre iniciativa e o consumo das massas, a crise põe a nú um individualismo mais torpe, aquele em a única vista do mundo é a do nosso umbigo.

segunda-feira, julho 02, 2012

FÉRIAS

 Entre os dias 13 e 20 de Julho vou estar a solo "no me Algarve". Alguns arranjos em casa, umas sardinhadas, mergulhos e caminhadas no Barril e sobretudo o projecto de fazer a Ecovia do Algarve, estão na agenda. Quem quiser fazer-me companhia é só apitar, nem só de solidão vive o homem :-)


Quanto á Ecovia, já voltamos a falar.









http://www.ecoviasalgarve.org/index.php

À VOLTA DO SANTIS ( PARTE I)

Como o planeado saí de Konstanz para passar uns dias com um amigo nos arredores do cantão suiço de Sankt Gallen. Não tinha...