quarta-feira, julho 22, 2015

OS "SUNSETS" NA TORRE



Já que toda a gente anda em maré de (pseudo) anglicismos ( no desporto diga-se, os anglicismos  há muito existem), resolvi " apanhar a onda" e utilizá-los para descrever os momentos ao final da tarde que eu com um grupo de amigos vivemos alguns dias por semana ali para os lados da Praia da Torre. É que sempre é mais finório pronunciar umas coisas em inglês, mesmo que tenham uma bonita palavra correspondente em português, dá-me um ar cosmopolita, inteligente, mesmo que as notas à disciplina de inglês tenham sido ao nível ( foram um bocadinho melhores é certo) da "musicalidade" das cordas vocais do "irredutível" Zézé Camarinha nos seus dias de glória, quando engatava bifas aos "montes" nos areais da Praia da Rocha.
Eu nunca tive lá muito jeito para engatar bifas, mas lá vou tendo a "habilidade" para curtir em boa companhia uns "sunsets" a nadar na Praia da Torre e a correr na paredão de Oeiras. Lembra-me os "yestardays" da minha vida, quando só nadava em "águas abertas" e a Lagoa de Albufeira era de Fevereiro a Novembro a minha "piscina" de eleição. Na minha mente está viva a recordação dos finais de tarde "zen", a maioria das vezes sozinho, outras na companhia do meu irmão atleta ou da minha mulher que lia um livro tranquila enquanto eu nadava com uma gaivota a pairar-me por cima ( seria a mesma?) e se levantasse a cabeça a meio do percurso conseguia ouvir as raras pessoas a falarem nas margens ou os sons dos pássaros a cantar na mata da Apostiça!
Mudei-me para o "caos" lisboeta, que por sinal até me oferece mais "qualidade de vida", mas não deixei de lado este prazer de "curtir" o melhor que a natureza nos oferece. E por aqui tem muito para oferecer, das praias da "linha" à Serra de Sintra, de Monsanto, às margens do Tejo em Lisboa, não faltam espaços de "libertação". A Praia da Torre não é o idílico reduto natural que era a "minha piscina particular", a Lagoa de Albufeira, mas dá-me uma vista de mar, uma frescura de oceano, um enquadramento diferente, igualmente belo e além disso proporciona-me quase sempre a companhia de uns quantos "aventureiros"(as), amigos, dispostos a gozar o mesmo que eu: natureza, espaço e liberdade.
Os "sunsets" na Torre estão ai para durar, de Janeiro a janeiro.


quinta-feira, julho 16, 2015

domingo, julho 12, 2015

TRAVESSIA BESSONE BASTO


Da esquerda para a direita: Jorge Narciso, António Bessone Basto, Luis Miguel e eu.

E desta forma, entre amigos e o anfitrião, o António Bessone Basto, que se passa uma tarde de domingo memorável a nadar entre a praia de Paço de Arcos e a marina de Oeiras!
A "Travessia António Bessone Basto" realiza-se já há uns anos organizada pela Câmara Municipal de Oeiras em parceria com a Associação de Natação de Lisboa, e, como o nome indica, pretende homenagear o homem que está nesta foto: nadador desde tenra idade, experimentou "águas abertas" aos oito anos, recordista nacional em quase todas as categorias da natação, atleta "europeu" e "olímpico, apaixonado pelo seu Sport Algés e Dafundo e pelo "nosso" Sporting Clube de Portugal, andebolista campeão pelos leões de Alvalade diversas vezes, pescador, comunicador, motivador, em suma, uma grande referência não só como atleta, mas como ser humano! O amigo Bessone no "alto" dos seus 69 anos faz-me pensar que se eu tiver 1/4 da jovialidade na sua idade, sou certamente um tipo feliz e cheio de saúde!
Vamos à travessia: partida na água como manda a lei das boas organizações de "águas abertas". Um juiz que teimava um alinhamento a esquadro e régua com as bóias. Água fria e problemas respiratórios que dão origem a uma outra crise por entender ( catano, já lá vão umas quantas). Retorno à calma, concentração, "música no coração" e boa braçada inicial. Falta de estratégia com uma entrada demasiado por "dentro" na Praia de Santo Amaro ( sem beneficiar da corrente, pelo contrário). Ondulação e uns quantos pirolitos salgados ( espero que sem coliformes). O desatino de nadar em dupla remada de costas sem que isso traga alguma vantagem quando já vou tendo algum endurance no crawl. Entrada festiva na marina de Oeiras, muito público a aplaudir os nadadores. Pórtico de meta na água, chuveiros, bolos, chás e cafés. Tágides lindas que me cantam: "tem juízo ó cota que já passaste à história, não te armes em marialva". Medalha, brindes, sweat e tshirt. Excelente companhia dos camaradas de aventuras marinhas: Tigre e Narciso. O tempo... de verão, brisa fresca, a "linha" cheia do "power sagrado" português ( que não é nada soft) e o "tempo" do cronómetro que não interessa para nada.
Bravo Federação Portuguesa de Natação por permitir que os não federados se pudessem inscrever na distância maior e usar fato de natação ( sou um bocado friorento). Bravo, porque pode ser o inicio de muitos eventos de "águas abertas" abertos a todos. Temos excelentes condições de mar, albufeira e rio para isso e muita gente com vontade de dar umas braçadas em natureza. Bravo também à Câmara Municipal de Oeiras pelos apoios que permitiram as inscrições a um "preço popular" e como já disse, à boa recepção na partida e na meta mais os "brindes" ( à boa maneira de outros tempos, como o "Triatlo do Ambiente").
Agora, toca a treinar para a próxima e pedir aos deuses: brisas, marés, sóis e outras coisas que rimem com o que acabei de dizer e fazer, "favoráveis"! 

Site da Prova: aqui


quarta-feira, julho 01, 2015

TRIATLO DO AMBIENTE, REBATIZADO ( DE OEIRAS)



Não sei em quantas edições estive no "Triatlo do Ambiente", agora rebatizado "Triatlo de Oeiras". Comecei a praticar Triatlo em 1996 e esta foi a primeira prova em que participei. Lembro-me perfeitamente: natação na Praia de Paço de Arcos, com uma ida ao mar, retorno em terra e novamente natação até ao Porto de Abrigo onde começava o caminho até ao Parque de Transições no Jardim de Paço de Arcos, passando por um túnel que atravessava a marginal. Depois iniciava-se o segmento de ciclismo em duas voltas e corria-se finalmente pelas ruas de Paço de Arcos. Esta era a prova do calendário do Triatlo português que tinha mais triatletas, sobretudo estreantes na modalidade ( tal como agora), não devíamos ir além dos 100 "loucos", porque nadar, correr e pedalar numa só prova era suficiente para ter este adjectivo. 
A organização, do melhor, oferecia sempre "almoço convívio" para atletas e família na Escola da Marinha Mercante, uma saco cheio de prémios, onde cabia um pólo alusivo ao evento muito bonito e sorteava almoços nos restaurantes da zona, peças de equipamento desportivo, entre outras coisas oferecidas pelos empresários do concelho de Oeiras. Um luxo que custava pouco mais de 5€ ( na moeda actual)! Numa das edições, a "sorte" bafejou-me com quatro almoços no afamado e chique na altura "Restaurante Mónaco", agora encerrado há uns anos. Outros tempos...
Dizia, não sei quantas participações tive neste 19 anos de "triatleta", mas aproxima-se muito certamente da dezena. A última vez que o completei foi em 2009 e no ano passado, num regresso falhado à modalidade, desisti com problemas respiratórios na natação, quer por causa do meu problema crónico que se agrava na primavera/inicio do verão, quer porque o meu velhinho "Aquaman" deixou de servir a alguém que agora pesa mais 10kg do que há 19 anos atrás, os meus pulmões parecia que tentavam respirar numa armadura.
Este ano comprada fatiota nova ( um ORCA S5) em época de saldos, desempoeirada a bicicleta de estrada  parada no hall lá de casa e comprados uns ténis, também de estrada ( nos últimos anos só tinha comprado material para trail e afins) e paga a inscrição de 20€, decidi lançar-me outra vez na "aventura" ( só um reparo: em 2015 eu não ganho 4X mais que em 1996, maldito euro!). Tive também a companhia nos treinos do motivado triatleta Tigre, da regressada Esmeralda e do aventureiro das águas abertas, o Narciso, trio a quem agradeço profundamente, a companhia e a amizade.
No dia D lá estava mais uma vez, este ano outra vez com claque de apoio da minha filhota e mãe, pronto para reviver todo o ritual do triatlo. Só que agora, não estavam 100 na praia a meu lado para iniciar a natação, estavam mais de 400(!). Já não estou habituado a tanta gente a nadar ao mesmo tempo. Os primeiros 300mts foram um verdadeiro calvário, levei pontapés, muros, chapadas e nunca consegui atinar com a braçada e com a respiração. Houve até um momento que pensei em desistir novamente, estava verdadeiramente desorientado! Quinze dias antes fizera aproximadamente 2000mts em águas abertas no "swim challenge" de Cascais, mas o comportamento dos atletas na água foi bem mais sereno. Desta vez, acho que havia testosterona a mais e começo a pensar seriamente que a andam a tomar à colherada.
Lá me aguentei até ao final da "aventura marítima" e saio da água numa "multidão" que se dirige para o parque de transições. Tiro o fato, ponho o capacete, os óculos e calço os sapatos de ciclismo... que maravilha, não escorregam no alcatrão porque agora a organização alcatifa todo o perímetro do parque de transições e ala para o ciclismo. Numa primeira fase apanho boleia de um atleta que pela qualidade da bicicleta e definição muscular das suas pernas imaginei ser um "pró" no segmento. Nos primeiros quilómetros provou isso, mas o combustível esgotou-se logo na primeira subida e apanho outra boleia, desta vez juntando as características e adereços do primeiro atleta, este tinha um capacete de contrarelógio. Este sim, andava forte, fortíssimo e "agarrado" a ele outra lapa como eu. Lá fui no "xupa rodas" até à subida de Caxias em médias acima dos 40km/h, só que ai, o meu peso e falta de treino revelaram-se, fico colado ao chão. Apanho depois disso uma terceira boleia, desta vez de um grupo mais numeroso, num ritmo mais "modesto" e portanto mais adequado à minha condição e venho com eles até ao PT, umas vezes a puxar outras a ser "puxado" e ai inicio a corrida. Não me custou a transição como imaginei, mas este segmento trouxe-me a consciência de que estou pesado demais para a modalidade e claro, muito mais cota, os anos não perdoam! Ainda assim faço um tempo total de 1h15 ( o melhor que fiz em tempos foi 1h09), o que me classificou em 266º entre 460 atletas masculinos e femininos, nada mau!
Fiquei com vontade de repetir, talvez fazer um Iron para o ano que vem, mas em provas com menos gente ou menos ansiosa, sobretudo na natação. A ver vamos...

Classificações: Masculina
                       Feminina

À VOLTA DO SANTIS ( PARTE I)

Como o planeado saí de Konstanz para passar uns dias com um amigo nos arredores do cantão suiço de Sankt Gallen. Não tinha...