terça-feira, dezembro 16, 2014

MAIS UM MALHO DO C. ( VULGO, TRALHO)


Imagem do penúltimo tralho na "calçada portuguesa" há cerca de um ano

Pois é, isto de ser ciclista na cidade de Lisboa é coisa que " não assiste a toda a gente". Qualquer um (uma) que se disponha a pedalar nesta cidade tem de ter em conta as suas "singularidades". Até mesmo quando se circula de bicicleta nas recentes e supostamente mais "seguras" ciclovias. Raras são as que não tem malta a andar ou a correr,  sobretudo a passearem um cão que adora atirar-se a tudo o que circule em duas rodas. São também muitos os carros estacionados nas ciclovias e/ou que a utilizam a para ter acesso a estacionamentos ilegais ( circulando numa boa parte do seu trajecto), zonas de atravessamento de estradas sem passeios rebaixados e sinalização adequada, buracos, agora cobertos de água que se confundem com poças, proximidade de vias que podemos chamar "rápidas" porque toda a gente circula a 90km/h, sem delimitação com a zona dos ciclistas,  isto para não falar do "luxo" que seria ter zonas de descanso com água potável e para a manutenção das binas ( compreendo que não as haja, porque são as primeiros equipamentos alvo de vandalismo, como já vi). Nas vias ditas "normais" ( aqui há mais semáforos e portanto nem sempre os condutores podem embalar a "máquina" à Fitipaldi) repete-se o cenário descrito, ao qual acresce outra "particularidade", a fauna pouco extinta de condutores lisboetas e a sua vocação para a "condução ofensiva" ( aqui ninguém joga à defesa é tudo ao ataque). Mas a "fina flor" desta espécie são os taxistas, cujo a vocação para a tangente aos ciclistas, lhes dá quase o acesso a uma bem sucedida carreira de "serial killers" ( dá, convenhamos, umas "equivalências"). 
Além de ser um sempre um candidato às estatísticas negras da sinistralidade rodoviária cada vez que decido pedalar na cidade de Lisboa, correndo com o isso risco de ser o  protagonista involuntário da decalcada história que os assassinos de ciclistas contam à polícia, " Sr Agente, vi-o ao longe e fiz uma ultrapassagem dando-lhe cerca de 10 m de largo ( mais coisa menos coisa) mas o tipo atirou-se com a bicicleta para cima do carro, não tive outra hipótese senão passá-lo a ferro", gosto muito de andar de bicicleta nesta cidade, mesmo que além destes irrevogáveis condutores citadinos, tenha ainda de contar com os muitos carris de eléctrico inutilizados e "camuflados" com alcatrão, razão de muitos  e (com)provados tralhos. E como se isso não bastasse, no top dos "monstros sagrados" do perigo ciclista, temos também a famosa calçada portuguesa, sobretudo molhada ( com aquele tipo de chuva "molha parvos" que não a chega a lavar bem apenas lhe dá brilho) e impreterivelmente besuntada com a caca dos muitos pombos da capital, se torna uma pista de sky sem neve, qual Suiça qual quê, o melhor sku faz-se por cá. Aliás, esta "bicheza" que para mim são uma espécie de ratazanas com assas, porque debicam, sujam tudo e multiplicam-se como roedores, trazerem também doenças respiratórias que cruelmente matam os velhos solitários desta cidade, os mesmo que generosamente os alimentam. Só me apetece torcer-lhes o pescoço, é que nem para uma canja servem!
Hoje, tal como há um ano atrás, ainda fiquei na dúvida se mais um dia de chuva "molha parvos" seria o tempo ideal para vir para o trabalho a pedal, mas umas bem conseguidas duas horas de treino de corrida ontem, deram-me a "pica" qb para continuar a saga atlética hoje No ano passado "espanhei-me" logo no primeiro quilómetro do trajecto por causa da mesma fatídica combinação ( calçada+chuva+caca de pombo), com as pernas a serem atravessadas pelo pedaleiro, hoje melhorei a prestação, já estava a escassos 100mts da porta do trabalho. O lado positivo, é que fiz uma desejada depilação da perna e braço direitos e agora só me falta o lado esquerdo. Ah, e mais uma vez agradeço ao "santo capacete" a protecção da divina mioleira. Sem ele, tinha feito uma lobotomia a sangue frio.
Ainda me falta o regresso mais logo, agora no eixo Arco do Cego, Praça de Espanha, Bairro da Liberdade, Monsanto, Casa. Será que devia comprar um terço na loja do chinês aqui perto do trabalho e pendurá-lo no guiador?  Nesta terra precisamos sempre de proteção divina! Para já digo: Carpe Diem Zen!

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