Quando cheguei a Berlim ao final do dia, foi como se tivesse saído do frigorífico de Amesterdão e tivesse entrado num congelador. Um homem do sul como eu, pouco habituado às temperaturas destas latitudes sofre um bocado até se habituar. Apesar de já ter vivido algumas destas agruras climáticas como aqui, sobretudo na tropa, nas corridas de aventura e em algumas travessias a nado ou de bicicleta ( com umas quantas situações de pré-hipotermia), a memória torna-se curta porque o calor da maior parte do ano, faz-nos esquecer a inclemência de uns quantos dias de Inverno. A norte da Europa o frio também é diferente ( e pelo que sei dura e dura e dura), não se dá por ele, é seco ao contrário do nosso e se estivermos na rua muito tempo começamos a sentir uma espécie de dormência ( diria antes "congelação") nas partes do corpo que estão expostas, felizmente não são muitas, senão.... A vantagem, é que qualquer edifício é aquecido o que é muito confortável, diria mesmo, relaxante ao ponto de nos apetecer muitas vezes passar pelas brasas. É uma maravilha comparado aqui com a terrinha, onde se morre mais de frio do que na Gronelândia ( não sou eu que digo, são alguns estudiosos nestas coisas das "condições de existência dos portugueses") porque ligar o aquecedor de casa aqui sai mais caro do que comer num restaurante com estrelas michelin.
Instalado na Rosenstrasse, perto da famosa Alexanderplatz e da torre de televisão imagem de marca da antiga "Alemanha Democrática" (DDR), estava assim quase no "centro" ( em Berlim custa-me definir um centro) e a dois passos dos monumentos e símbolos mais significativos da cidade. Mas neste meu primeiro dia no "umbigo" da Europa, pouco mais vi que as imediações do alojamento porque a noite chegou de súbito por volta das 17.00, entre um nevoeiro frio e espesso e o gralhar estridente de milhares de corvos que dão um ar sinistro e ao mesmo tempo vivo à cidade. Aventurar-me na famosa noite berlinense, também não estava nos meus planos, pelo que procurei comer num dos muitos "fast foods", sobretudo vietnamitas e turcos que abundavam na zona. E assim depois de uns " chiken noodles" empurrados por uma saborosa "Berliner", foi a hora de um chocolate quente já no remanso do quarto para um rápido e adivinhado, sono retemperador. O dia seguinte tinha de ser bem preenchido e a primeira tarefa seria alugar uma bicicleta ( continua).
A famosa "torre de televisão" da DDR na Alexanderplatz
Um memorial de rua a um jovem tailandês assassinado há poucos meses por neo-nazis, próximo da referida praça.
Memorial às vítimas da II Guerra Mundial ( Mãe com o filho morto nos braços)
Os "famosos" corvos de Berlim
Um balão de um dos mais conhecidos diários alemães, o "Die Welt"
Memorial às últimas vítimas do Muro de Berlim, algumas abatidas no ano da sua queda ( 1989)
"Berliner Siegssaule" ( o símbolo da glória do período prussiano), no prolongamento da "Unter Den Linden", a Avenida 17 de Junho.
O Spree é o rio da cidade. O Tejo mete-o na "alcofa" :-)
Um cemitério cortado por um das sessões do muro, onde as campas eram sobretudo de militares de altas patentes do exército alemão. Neste caso um casal, como uma particularidade, ele viveu 92 anos e faleceu no terceiro ano da II Grande Guerra.
Em cima, um dos muitos prédios que ficaram na "terra de ninguém".
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