Este ano, depois do estoiro nos 100km de
Portalegre entrei mais uma vez em "modo vegetativo", isto é, treinar
só quando o "rei fazia anos" ( é que ainda por cima sou republicano).
Acordei há umas semanas desta letargia quando ao sair de um consultório
"lamuriei" para a minha interlocutora : "finalmente tenho
barriga de quarentão!" Ao que ela me respondeu laconicamente: "é a
curva da felicidade!" Esbocei um sorriso... amarelo! Pensei que o meu
desabafo daria azo a uma expressão condoída dela do tipo: " você, um
desportista, devia voltar a fazer exercício, ter uma alimentação regrada,
descanso, como boas noites de sono, vai ver que consegue voltar a ser o tipo
atlético de outrora" ( cof, cof - tosse). Em vez disso oiço, " é a
curva da felicidade", como se o que me impede de apertar o botão de cima
das calças quando conduzo, assar os tintins e o entre pernas quando corro, ou
ainda ficar com a sensação quando subo umas escadas que transporto uma mochila
de 90kg colada às costas se pudesse chamar, "felicidade". Como se
fosse "natural" todos os quarentões parecerem uns pinguins felizes,
que ao olhar para baixo só avistam uma "proeminência redonda e
peluda" e fossem adorados por isso como "deuses da fertilidade"!
Felicidade o tanas!
Decidi voltar a correr depois deste "detrato" e pior, além do
sofrimento que é locomover este corpanzil nestes primeiros treinos, decidi
autoflagelar-me pela terceira vez em cinco edições nesta prova de me faz estar
quase 10 horas numa serra a dar trambolhões e a arranhar-me todo, o Trilhos dos
Abutres!
É que eu não gosto nada de ser "feliz"... Ou, como disse o idiota
no video em que está andar de skate numa estrada nacional e que por pouco não
ficou colado ao para-brisas de um carro como um mosquito: "felicidade é
coisa que não me assiste"!
PS - Não esperem que vou postar aqui fotografias minhas das "fases da
dieta com exercício", nas quais passaria de balofo a modelo da Armani.
Não. É que o natal está à porta e na família há quem alimente bem a "curva
da felicidade" sem se preocupar muito com isso e eu sou, como dizia a
minha mãezinha, um tipo "influenciável".
Fotografias da edição de 2014 quando ensaiava um visual à "Lumber
Jack". Depois da barba crescida reparei que afinal o visual pretendido se
aproximava mais de "Pai Natal".
4 comentários:
Tens aqui nesta "posta" muita coisa com a qual me identifico :) ...e não só a parte do "quarentão". Força aí nesse regresso, mas sem descurar esse "coisa da felicidade" que carregas contigo na cintura.
E bons Abutres...
Abraço
Força! Depois das festas, "dás cabo dessa felicidade"
Abraço
Carlos Cardoso, uma abraço de solidariedade aos quarenta ( quase no fim). Sérgio, espero bem que sim, mas estou com sérias dúvidas ;-) Abraço
Sérgio Pontes, obrigado, estou a tentar! Bom ano. Abraço
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