Posted By Zen to O Homem da Maratona at 12/06/2006 12:35:00 AM
Uma semana de maleitas e causas desfeitas.
Treinei pouco ( UM total de 4hrs repartidos em três treinos) pois tive um encontro inesperado com alguns "vírus", um microscópico outro de "olho nu". No entanto pasme-se, sem medicamentos, dias de baixa e sentimentos de culpa, estou já curado e pronto para voltar à luta... contra os "vírus correr, correr"!
Foi-me entregue hoje uma encomenda inesperada, uma caixa de chocolates enviada pelo meu amigo belga Dominique Diricq.
O Dominique é um corredor belga, admirador de Portugal e leitor do meu blog que tive o prazer de conhecer durante o raid Melides - Tróia do ano passado.
Obrigado Dominique espero poder retribuir o teu bonito gesto.
O meu joelho direito contínua a "moer-me" o juízo apesar das doses de Glucosamina tomadas durante 5 meses consecutivos. Estou convencido que este meu problema foi um castigo divino. Cheguei a esta conclusão depois de fotografar os meus pés (como o divino pode estar ligado aos nosso pés é uma "evidência" que achei surpreendente :-) e ao reparar que o meu pé direito está torto (não se nota? Vá lá, não se riam), recuo no tempo e lembro-me do acidente esteve na origem desta”deficiência”: uma queda de BTT em Alfama em 2004. Eu conto: aos fins-de-semana aproveitava a "tolerância" do transporte de bicicletas nos transportes públicos para levar a bicicleta para o trabalho. O meu trabalho fica numa das colinas de Lisboa, com uma vista fantástica que muitos gostariam de ter sobre a cidade e o rio Tejo e chegar lá a pedalar é para mim motivo de satisfação e de admiração dos meus colegas: que me perguntam insistentemente, “epá como é que tu consegues?”, eu fazendo-me um “expert” no assunto digo “ é preciso treinar muito!". Para lá chegar tenho de atravessar o bonito Bairro de Alfama, zona que conheço e onde vivi aventuras próximas às narradas na série ( para quem se lembra) "Hill Street Blues" mas com nuances à portuguesa, claro.
No dia fatídico, subi como sempre a inclinada Rua da Regueira e continuando, cruzei a das Escolas Gerais, chegando a S. Tomé, para só acabar a subida no Largo da Graça. No final do dia o regresso, vinha como sempre pelo mesmo sítio, num "downhill" desenfreado pela Voz do Operário para novamente atravessar as ruelas do bairro saboreando as sua “particularidades”, nas casas, nas cores, nos cheiros, nas gentes... Um dos meus trajectos preferidos era pelo Largo de S. Miguel, onde descia as respectivas escadinhas sem desmontar da bicicleta. Este largo era o mais recordado, pois foi cenário de um episódio da minha vida trágico ( na altura) e cómico ( no presente) que agora não vou contar, mas que me faz rir sempre que ali passo. No dia insólito que remontam estas minhas palavras, lembro-me de estar a rir sozinho e de pensar" que grande maluco que eu era pá! e as palavras de então, “podem vir todos, podem vir todos" dizia eu. Movido por este pensamento de homem destemido de outrora, continuei a descer escadas até avistar por coicidência um dos personagens da minha aventura nesse dia ( e noutros dias), que por clara divergência de estilos de vida e discordância de “pontos de vista”, não pertence ao meu quadro de relações de amizade. Lembro-me de ter passado por ele e pensado "este tipo ainda por cá anda"?! É um fenómeno de longevidade sem dúvida ( ele e eu)! Talvez tenha recuado nesse momento no tempo e voltado a vestir um papel que jurei não mais querer vestir. A única coisa que tenho a certeza é que nesse momento fui assaltado por sentimentos que julguei arrumados nas gavetas do espírito e com eles por companhia segui o meu trajecto pelas Escadinhas do “Quebra-Costas” em mais uma arriscada manobra “ciclística”. A meio das referidas escadas, com que fulminado por um raio, que numa outra versão dos acontecimentos imagino ter sido por falta de perícia, na a travessia de um "patim" mais estreito, perco o controlo da “máquina e, “catrapum” estatelo-me "juntinho" no chão. Teria sido o castigo por ter esfregado a lamparina da memória? No início não achei estranho, esta não era a primeira vez que dava um "tralho" dos grandes, mas o problema veio depois. Já no chão começo a palpar o corpo e vejo que aparentemente estava tudo bem, o capacete não se partiu (coisa que já me aconteceu) e o resto... espera aí.. o pé estava a ficar um "tabolho"! Completamente virado para um dos lados e desgraça das desgraças parti a escora traseira da bicicleta!
A recuperação demorou meses, o pé ficou torto, a bina arranjou-se mas nunca mais foi a mesma, comecei novamente a correr mas sempre com dores, desenvolvi o problema nos joelhos...
O “personagem” ainda existe, sentado na soleira da porta de casa. Vi-o um dia destes quando voltei a subir de bicicleta por Alfama. Quanto às escadinhas do quebra-costas fiz como fiz à memória dos meus “destemidos tempos", evito-as, é que não vão os "Deuses" tecê-las novamente, livra-te!
Posted By Zen to O Homem da Maratona at 12/06/2006 12:35:00 AM
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